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INFELICIDADE NO TRABALHO, O GRANDE DESAFIO DA MODERNIDADE 

COLUNA | SAÚDE MENTALSAÚDE MENTAL  INFELICIDADE NO TRABALHO, O GRANDE DESAFIO DA MODERNIDADE 
QUANDO O CORPO DÁ SINAIS DE REPULSA À ROTINA DE TRABALHO, O SORRISO PRECISA SER FORÇADO, AS HORAS PASSAM ARRASTADAS E A INSÔNIA PASSA A FAZER PARTE DO NOSSO COTIDIANO, É HORA DE RECONHECER AS CONDIÇÕES INSALUBRES

Profissionais de saúde mental compreendem profundamente o desafio de encarar diariamente um ambiente de trabalho que mina a saúde. A infelicidade profissional é uma sombra que obscurece qualquer chance de satisfação. É como se cada dia fosse uma repetição da tragédia de Perseu, condenado a empurrar eternamente uma pedra que retorna ao ponto de partida. A energia desperdiçada e o ambiente de estresses, roubam a esperança de encontrar verdadeira realização.

Quando o corpo dá sinais de repulsa à rotina de trabalho, o sorriso precisa ser forçado, as horas passam arrastadas e a insônia passa a fazer parte do nosso cotidiano, é hora de reconhecer as condições insalubres.

As empresas se tornaram fontes de desesperança. Cada meta um enorme sacrifício. O peso deste fardo? Expectativas frustradas e sonhos adiados.

O nome disso? Burnout.

O maior dilema está fortemente ligado à necessidade de sustento. Quando a fonte de renda entra em conflito com os cuidados com a saúde e qualidade de vida, é importante refletir sobre as prioridades. A longo prazo, a falta de equilíbrio entre trabalho e bem-estar pode levar à perda de sentido e propósito na vida. Enquanto os boletos se acumulam, perdemos nossa autenticidade, envolvidos em um trabalho que consome horas intermináveis do nosso bem-estar.

Na busca por reconhecimento, embarcamos numa jornada sem fim rumo a uma realização profissional ilusória. No entanto, o ser humano carrega uma voz interna que invariavelmente aparece como uma centelha de esperança e pode nos lembrar que podemos buscar alternativas. É essa consciência que nos permite repensar nossas prioridades em prol da saúde e da verdadeira qualidade de vida, muito menos material do que nos permitimos pensar.

O mundo corporativo, possivelmente, pode assumir um modo de trabalho que nos consuma completamente, que exija que façamos muito além do que seria razoável, mas sempre será necessário que concordemos com isso.

Se olharmos com humor essa absurdez que nos pede a alma em troca, podemos reconhecer que ainda temos o poder de escolher como vamos conduzir nossa própria vida e que é necessário agir na contramão desta demanda desumanizadora com coragem e fé.

A saúde mental é de nossa extrema responsabilidade e faço questão de frisar que nenhum emprego vale a pena se ele custa o adoecimento.

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