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LÍDER EM CONSTRUÇÃO

Coluna | MentoriaLÍDER EM CONSTRUÇÃO

Temos passado por inúmeras transições e isso não é novidade para ninguém. Seja Vuca ou Bani, a realidade é que o mundo está cada vez mais complexo com tantas mudanças o tempo todo. E os desafios da liderança só aumentam à medida que a sociedade se transforma com todas as inovações tecnológicas e comportamentais pelas quais temos passado. Nada mais importante, portanto, do que nos debruçarmos sobre esses desafios da liderança em tempos atuais.

Recentemente, estive com a especialista Renata Jubran que está lançando um novo livro: Chefe Autoritário ou Líder em Construção?. Com certeza é uma leitura que indico para quem quiser rever paradigmas e abrir-se para entender pontos essenciais para a construção de um líder humanizado, sintonizado com esse mundo atual, e aberto às constantes mudanças em si para dar conta de lidar com todas as mudanças externas com as quais temos que lidar.

Como líder de uma empresa que cultiva uma cultura inovadora humanizada, não poderia concordar mais com a visão da Renata de lidarmos com as dualidades com consciência. Apesar dos mais de 20 anos de desenvolvimento do meu caminho para uma liderança humanizada, enfrento ainda hoje muitos dilemas na vida real do exercício da liderança. Não importa o tanto que já tenhamos percorrido, esse líder em construção nos convida para um trabalho contínuo de equilíbrio constante das forças opostas do chefe autoritário que habita em nós todos.

Em um dos encontros que fizemos do curso sobre Cultura Inovadora Humanizada, discutimos que o termo liderança humanizada deveria ser considerado uma redundância, já que qualquer um de nós que atuamos como líderes sabemos que a verdadeira liderança está diretamente ligada às características humanas mais intrínsecas. Mas por que, então, temos atualmente tido a necessidade de usar o adjetivo humanizado para vários contextos? E como podemos exercer uma liderança humanizada?

Sabemos que o bom “chefe” de antigamente já não consegue liderar no mundo de hoje. As mudanças sociais pelas quais passamos, fazem com que o comando e controle perca cada vez mais terreno à medida que os processos nas empresas passam a ser cada vez mais automatizados. Quando tudo o que é feito no “automático” está sendo feito por sistemas e robôs, restam tarefas que requerem criatividade, raciocínio crítico, pensamento sistêmico, etc., ou seja, restam tarefas que precisam do nosso melhor como seres humanos para que sejam executadas com sucesso.

Contraditoriamente, vivemos com cada vez mais atividades, com pendências e acúmulos de tarefas que fazem muitas vezes com que entremos no “piloto automático”. Nesse momento, perguntamos e não escutamos as respostas. Falamos e não sentimos a reação das pessoas à nossa fala. Nos limitamos de tempo para nos conectarmos verdadeiramente com o outro. E percebemos que perdemos, assim, engajamento e brilho no olhar.

Para lidar com esse contexto, se faz necessário cada vez mais valorizarmos uma liderança humanizada para que o óbvio possa ser feito: olhar no olho, escutar com atenção, abrir espaço para os sentimentos dos liderados poderem ser compartilhados, se conectar de verdade com o outro. Como gênio é quem faz o óbvio, uma liderança humanizada será redundante quando essas obviedades puderem de fato acontecer nas empresas com naturalidade. E sabemos que para os cenários que vivemos hoje, não encontraremos mais líderes prontos, mas sim líderes que se preparam continuamente e estão em constante construção.

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