São estados emocionais que levam as pessoas a um sentimento de tristeza ou desânimo, desconexão de si mesmo, dos outros e do mundo ao seu redor, que podem ser extremamente angustiantes. Para diferenciá-los, é importante ressaltar que a expressão de vazio existencial se refere ao sentimento de falta de significado, de propósito ou direção na vida. Vazio emocional e espiritual no qual a pessoa se sente desconectado com o que “fazer por viver” – não tem motivações ou buscas pessoais importantes relativas a seu próprio futuro.

A depressão, mais do que falta de ânimo, é uma doença que pode durar meses ou anos e muitas autoridades em saúde acreditam que até 2030 será a doença mais incapacitante do mundo. A perda do interesse pela vida, por atividades antes prazerosas, além de um sentimento persistente de apatia, tristeza profunda e pessimismo que acabam por interferir no todo. Na saúde física, como libido, sono e apetite, relações sociais, autocuidado, na rotina diária e no trabalho ou estudo.

Ela pode surgir ou ser agravada pelo sentimento de vazio existencial, mas suas causas podem estar atreladas a interações genéticas, biológicas e ambientais e psicológicas ou desencadeadas por acontecimentos tristes, lutos que se aprofundam. Algumas pessoas demoram mais ou não conseguem aceitar as perdas e retomar a vida e, no estado depressivo, os pensamentos negativos muitas vezes levam o indivíduo a flertar com o suicídio, pensando que morrer seria a saída para o sofrimento.

Além do atendimento médico indispensável para a recuperação do equilíbrio mental, a psicoterapia é o auxílio mais importante para essas condições. Ela investiga como o pensamento afeta e pode distorcer a compreensão da própria existência e do mundo ao redor da pessoa. Permite uma lente diferente para a percepção de estagnação, insights sobre a condição humana e as lutas emocionais que muitos enfrentam. Algumas obras literárias também abordam esses temas com profundidade e sensibilidade e cito aqui duas que me são especiais: “O Apanhador no Campo de Centeio” de J.D. Salinger ou “Médico de Homens e de Almas” de T. Caldwell, pois retratam personagens que lutam contra o vazio existencial, a solidão e a falta de sentido em suas vidas, oferecendo reflexões sobre essas experiências universais.

O processo psicoterapêutico pode proporcionar um forte vínculo que dá expressão para nossas emoções mais profundas e complexas, permitindo-nos explorar e entender melhor a nós mesmos e ao mundo ao nosso redor, às vezes oferecendo respostas e novas percepções sobre o propósito da vida, a natureza da humanidade e a busca por significado ou também nos lembrar da beleza e complexidade da nossa consciência, ajudando-nos a encontrar sentido em existir, mesmo em tempos difíceis.