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Como evitar picos de glicose no sangue

SaúdeComo evitar picos de glicose no sangue
Picos de glicose no sangue ou hiperglicemia não significam diabetes, mas, segundo especialistas, devem ser evitados com o controle de carboidratos, alimentação saudável, atividade física e sono adequado

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Você sabe o que são picos de glicose no sangue? Também chamados de hiperglicemia, os picos de glicose são o aumento do nível de açúcar no sangue, acima do normal. Na prática, segundo especialistas ouvidas pela Bem-Estar, ter hiperglicemia não significa ter diabetes. No entanto, o nível de açúcar no sangue em níveis elevados, em alguns casos, pode causar sintomas e alertar para a necessidade de um acompanhamento médico, com mudanças de hábitos e prevenção de complicações.

A médica de Comunidade e Família da Unimed Aline Zazeri Leite explica que a hiperglicemia pode ocorrer em pessoas saudáveis após o consumo de alimentos ricos em carboidratos ou com alto teor de açúcar. “E não indicam, necessariamente, que esta pessoa tenha diabetes”, afirma. Por outro lado, a médica ressalta que a ocorrência frequente dos picos de glicose deve ser sim investigada, “pois a hiperglicemia frequente e crônica pode ser sim um sinal de diabetes”, afirmou. Isso porque, a doença, caracterizada pela incapacidade do organismo em degradar a glicose, também causa aumento de açúcar no sangue.

Segundo Aline, a hiperglicemia não ocorre em todos os casos, o que significa que a predisposição varia de pessoa para pessoa e depende de diversos fatores. “Como genética, pois algumas pessoas são geneticamente mais propensas a desenvolver a resistência insulínica, como também hábitos de vida, com dieta rica em carboidratos, açúcares e falta de atividade física”, elenca.

Sintomas

A hiperglicemia, geralmente, não apresenta sintomas por ser comum e não significar, necessariamente, um problema de saúde. Porém, se a glicose estiver muito elevada, o alto nível de açúcar no sangue pode levar o paciente a ter algumas queixas, como sede excessiva, aumento da frequência urinaria e visão turva. “Em casos mais graves, pode apresentar confusão mental, dificuldade de cicatrização e perda de peso inexplicável”, alerta Aline.

Nestes casos, de acordo com Aline, é necessário procurar acompanhamento. “Se você estiver apresentando qualquer um desses sintomas descritos acima, é importante procurar seu médico a fim de fazer uma avaliação e verificar se, de fato, é hiperglicemia ou se você se encaixa nos critérios de diagnósticos de diabetes”, alertou. Segundo Aline, independentemente dos sintomas, é importante ter hábitos de vida saudáveis. “Como dieta equilibrada e prática regular de atividade física para prevenir qualquer tipo de doença crônica como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares”, conclui.

A importância da carga glicêmica e hábitos saudáveis

O primeiro passo para prevenção da hiperglicemia é saber a diferença entre índice glicêmico e carga glicêmica dos alimentos. “Índice glicêmico é o quanto a glicemia vai subir após o consumo, já a carga glicêmica é a quantidade de carboidrato que o alimento possui”, explica o nutricionista Fernando Loria. Segundo Fernando, que atua na área da nutrição há mais de 20 anos, o mais importante então é avaliar a carga glicêmica. “Existe uma conta para saber se a carga glicêmica é alta, tudo que é muito refinado, não tem fibra, vai subir rápida a glicemia”.

A nutricionista Janaína Fernandes elencou alimentos ricos em carboidratos e contribuem, portanto, para ocorrência de hiperglicemia. “Pão branco, arroz branco, batata, macarrão, frutas secas, mel, suco de frutas e bebidas alcoólicas contribuem para picos rápidos de glicose”, citou. A nutricionista também enumerou os alimentos ricos em açúcares simples que também aumentam os níveis de açúcar, “doces, refrigerantes e bolos, são os que mais provocam picos de glicose no sangue”.

De outro lado, segundo Fernando, estão os alimentos fundamentais para controlar picos de glicose no sangue. “A primeira observação é aumentar o consumo de fibras junto a alimentos com carga glicêmica muito alta na porção”, orienta. Outros alimentos, de acordo com Fernando, também devem ser inseridos, como saladas, aveias e castanhas. “O consumo de gorduras boas ou proteínas, como iogurte ou queijos, também vai ajudar a não subir a glicose de forma muito rápida, evitando o pico glicêmico”, reforça. Legumes e frutas também são indicados. “As pessoas morrem de medo de comer cenoura e beterraba, mas a carga glicêmica desses alimentos é muito baixa. Frutas também têm carga glicêmica muito pequena”, conclui.

Exercícios regulares, sono adequado e controle de estresse também ajudam no controle do açúcar no sangue, segundo Janaína. “Esses fatores têm um impacto significativo nos níveis de glicose no sangue”, afirma a nutricionista. A atividade física, segundo ela, aumenta o consumo de glicose pelos músculos, reduzindo a concentração no sangue. “Além disso, melhora a sensibilidade à insulina, facilitando a entrada da glicose nas células”, explica. A exceção são atividades de alta intensidade, as quais podem elevar a glicemia. O ideal, segundo Janaína, são exercícios moderados, “caminhada, corrida e natação são benéficas para o controle glicêmico”.

O sono regular também é crucial para a regulação hormonal, incluindo a insulina, que ajuda a controlar a glicose. “A falta de sono ou sono de má qualidade pode levar a alterações no metabolismo e nos níveis de glicose”, diz a nutricionista. Outro fator que interfere nos níveis de açúcar no sangue é o estresse. “A desregulação do sono e o estresse podem se retroalimentar, criando um ciclo que dificulta o controle da glicose”, alerta Janaína.

Segundo a nutricionista, o estresse físico ou mental ativa o sistema nervoso simpático, liberando hormônios como a adrenalina e o cortisol, “o que pode aumentar a produção de glicose pelo fígado, elevar a glicemia e reduzir a sensibilidade à insulina”, alerta. O estresse crônico, segundo Janaína, pode levar a alterações no metabolismo e também aumentar o risco de diabetes. “Técnicas de relaxamento, como meditação e yoga, podem ajudar a reduzir o estresse e seus efeitos na glicemia”, diz.

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