A CIRURGIA DAS FAMOSAS
No início deste ano, a influenciadora e empresária Virgínia Fonseca chamou a atenção nas redes sociais ao fazer uma mastopexia. Mãe de três crianças, Virgínia aproveitou o procedimento para retirada de uma hérnia no umbigo e, após as cirurgias, a empresária relatou nas redes sociais desconfortos e complicações no pós-operatório. Mas, afinal o que é a mastopexia, quais suas indicações? A Bem-Estar conversou com quatro especialistas para falar sobre a cirurgia e trazer detalhes desta intervenção, que é uma das mais procuradas nos consultórios dos cirurgiões plásticos.
Procedimento realizado por outras famosas, como Juliette, Viviane Araújo e Viih Tube, a mastopexia é a retirada do excesso de pele e a correção da queda dos seios (ptose) para trazer as mamas para a posição natural dos seios. Cirurgia que pode ser feita sem implantes mamários ou com enxertos de gordura ou implantação de próteses de silicone, como no caso de Virgínia. A indicação para cada caso, segundo o cirurgião plástico João Augusto Guimarães, depende de vários fatores. “Primeiro, o tipo de pele, o tipo de mama e a quantidade de tecido mamário que a paciente tem e o que ela espera em termos de resultados.”
Segundo Guimarães, para pacientes que já tem um volume considerável, que não desejam um aumento dos seios e querem ter uma mama de formato mais natural, a indicação então é corrigir a ptose sem implantes. “Podemos utilizar o próprio tecido mamário da paciente e fazer apenas a mastopexia com tecido mamário, colocando essas mamas de volta na posição”, explica.
Já às pacientes que têm pouco tecido mamário ou que desejam uma mama mais volumosa, a indicação, de acordo com o médico, é pela prótese para mais volume, uma melhor projeção e um colo um pouco mais alto e mais evidente. “Só precisamos ter cautela na hora de selecionar o volume, não ter exagero porque temos que lembrar que essa paciente tem flacidez de pele e é essa pele que muitas vezes vai sustentar o resultado, além disso, um implante grande demais pode ficar disforme e não elegante para a paciente”, orienta o médico.
O cirurgião plástico facial e corporal Mario Fernando Domingos afirma que o procedimento pode ser feito ainda na juventude. “Pode ser feito após a adolescência, mas em casos específicos de gigantomastia (aumento excessivo do volume das mamas) pode ser feito em pacientes adolescentes”, afirma. “Ocasionalmente a gente faz em pacientes jovens até 17 anos, 18 anos que estavam mais gordinhas e emagreceram e com isso a mama cai, necessitando da cirurgia”, complementa o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) André Reda.
Apesar da possibilidade, segundo Reda a mastopexia é mais comum em mulheres após as gestações com o seio menor e mais flácido, como no caso da influencer Virginia, que decidiu fazer o procedimento depois de ter os três filhos, Maria Alice, Maria Flor e José Leonardo. “A gente acaba fazendo a mamoplastia com a colocação de próteses”, diz.
Isso porque, segundo o cirurgião plástico Aloísio Figueira, a gravidez aumenta a mama e depois com a volta do peso no pós-parto, a mama cai, fica com pele excedente, flacidez e a aureola fora da posição normal, “a aureola estando num nível mais baixo, que é o grau de ptose da mama (a ptose pode ser dividida em grau 1, 2 e 3) tem que se realizar a mastopexia”, explica Figueira.
A cirurgia pode ser feita em diferentes formas para cicatrização, segundo o médico. “Podemos fazer a mastopexia com uma cicatriz só ao redor da auréola, uma cicatriz ao redor da auréola e uma na vertical ou uma cicatriz em T ou em L. Vai depender da quantidade de pele retirada da mama, quanto maior a quantidade, maior a cicatriz, associada ou não ao uso da prótese de silicone”, esclarece.
Cirurgia com tempo de recuperação de atividades entre 15 e 60 dias, com respeito ao tempo do corpo para a recuperação e as orientações do cirurgião. Conforme Mario Fernando, os cuidados pós-operatórios necessitam de cuidados, com movimentos lentos e suaves dos braços, caminhadas depois de 15 dias e dormir de barriga para baixo ou ir voltar para academia só depois dos dois meses depois do procedimento. “Mas isso varia muito do tamanho da cirurgia, da retirada do tecido, da cicatrização da paciente, dos cuidados pós-operatórios, depende muito disso também”, orienta.
O cirurgião Aloísio Figueira conta que, normalmente, as pacientes que procuram pela mastopexia também aproveitam para fazer uma plástica do abdômen ou a dermolipectomia do abdômen e lipoaspiração. Associação de cirurgias chamada de mommy makeover. “Dependendo da avaliação que a gente faz da paciente dá para associar as três cirurgias”, diz.
Sobre os riscos de desconfortos ou complicações, o médico lembra que toda intervenção pode ter intercorrências. “Podem ter hematomas, acúmulo de líquidos, seromas e abertura de pequenos pontos, mas são cirurgias muito seguras e com índices de intercorrências ou complicações muito pequenas, com as novas técnicas e todos os cuidados que se têm hoje em dia, as cirurgias se tornam muito seguras”, afirma.
Sobre as contraindicações para a mastopexia ou cirurgias associadas, o cirurgião João Augusto Guimarães reforçou que são contraindicações clínicas da própria paciente. “Temos que fazer uma avaliação clínica de saúde detalhada e individualizada para ver se tem alguma comorbidade, alguma doença que empeça a realização da cirurgia ou que aumenta significativamente o risco. Então tem essa avaliação de risco e benefício, basicamente da paciente e não do procedimento em si”, conclui.