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VINÍCOLAS BRASILEIRAS

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Pouco a pouco, o setor brasileiro de vinícola está crescendo e sendo reconhecido pela sua qualidade, tanto pelos consumidores nacionais quanto por suas conquistas no cenário internacional

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O Brasil tem se destacado como um dos principais produtores de vinhos, consolidando sua presença no cenário internacional da indústria vinícola. Os vinhos e espumantes produzidos no País refletem a essência do terroir brasileiro, o qual é verdadeiramente único no mundo. As diversas premiações conquistadas em concursos internacionais atestam não apenas a evolução, mas também a excelência e a qualidade desses produtos, destacando o Brasil como um produtor de renomados rótulos.

Segundo dados disponibilizados pelo vinhobrasileiro.org, o Brasil atualmente abriga uma rede de mais de 1.100 vinícolas, que englobam mais de 50 mil famílias dedicadas à viticultura. Esse setor não apenas proporciona empregos e renda, mas também impulsiona toda uma cadeia produtiva, que vai desde a produção de insumos, como embalagens e barricas, até aspectos logísticos, educacionais, de pesquisa, análises e turismo relacionado ao vinho, entre outros.

De acordo com o sommelier Marcelo Bernardo, além das já tradicionais regiões do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, várias outras regiões vinícolas brasileiras investem em novas tecnologias de campo, como a dupla poda (ou poda invertida) e técnicas de vinificação, resultando em vinhos de alta qualidade em “novos terroirs” brasileiros. “Cada uma com suas características distintas de solo e clima que favorecem a produção de diferentes tipos de uvas e estilos de vinho, desde espumantes até vinhos tranquilos: brancos, rosés e tintos”, afirma.

Conforme Bernardo, alguns destaques estão na região do Vale do São Francisco, nos estados da Bahia e Pernambuco, com bons espumantes e vinhos tintos. As novas regiões de Minas Gerais, contando com vinhos pontuados em guias internacionais, como Sul de Minas e Serra da Canastra, têm se destacado, com especial ênfase para os vinhos da Sacramento Vinifer. “Entre eles, o Sabina Syrah obteve recentes conquistas de 'melhor tinto do Brasil' tanto na Decanter Magazine quanto no Guia Descorchados”, pontua.

Para o sommelier, os diversos prêmios conquistados em concursos de vinho e reconhecimentos em guias especializados no Brasil e internacionalmente são fundamentais para elevar a reputação e a percepção de qualidade dos vinhos brasileiros. “O Brasil tem um grande potencial ainda a ser explorado, tanto em qualidade e quantidade de produção, quanto em consumo. Principalmente no segmento de espumantes, o nosso país tem boas chances de conquistar cada vez mais espaço, tanto no mercado interno quanto no externo”, diz.

São Paulo é destaque no cenário do vinho nacional

Além da região tradicional de São Roque, conhecida por seus vinhos de mesa, o Estado de São Paulo tem produzido excelentes vinhos finos, como o Philosophia Cabernet Franc, da Vinícola Góes. “Hoje, no Estado, vinícolas como a Guaspari, na região de Espírito Santo do Pinhal tem feito história para o vinho nacional, conseguido pela primeira vez, com o seu Syrah Vista da Serra 2017, ter sido capa da Decanter Magazine, uma das mais importantes revistas mundiais do segmento”, destaca o sommelier Marcelo Bernardo.

No vinhedo da Fazenda Amazonas, localizada em Rio Preto, são cultivadas uvas tintas, como a Cabernet Sauvignon, usada para a produção do exclusivo vinho Spirituallis. As primeiras mudas foram trazidas diretamente da França. São aproximadamente 60% de uva Syrah e 40% de uva Cabernet Sauvignon, dependendo da safra e da produção de cada ano, além da uva Bordeaux, usada especialmente para suco.

São produzidas, anualmente, entre 500 e 800 garrafas do vinho Spirituallis. “A partir do próximo ano, talvez consigamos dobrar essa produção. Ele ainda não está disponível para comercialização, pois estamos deixando o vinho amadurecer. Acredito que a partir de 2025 ou 2026, se estiver pronto para consumo, teremos sua comercialização. No entanto, nossa principal intenção é reservar este vinho para os moradores do futuro condomínio aqui na Fazenda Amazonas”, adianta o produtor Paulo Girardi.

Outra vinícola de referência no Estado é a Casa Verrone, localizada em Itobi. Em 2008, foram plantadas as primeiras videiras, e logo o processo foi validado, uma vez que a produção e a qualidade superaram as expectativas. Após os resultados favoráveis, essa área foi rapidamente ampliada e hoje abrange um total de 15 hectares de videiras europeias: Primitivo, Chenin Blanc, Pinot Noir, Grenache, Marselan, Syrah, Sauvignon Blanc, Viognier, Cabernet Sauvignon e Franc.

“A resistência dos brasileiros pelo vinho nacional melhorou, mas ainda é muito grande. Espero que isso mude com o tempo. As expectativas para os próximos anos são de que o Brasil conheça melhor os vinhos que produz. Devemos valorizar o que produzimos. Nossos vinhos estão de excelente qualidade”, destaca o proprietário Marcio Vedovato Verrone.

Em Penápolis, está a Vinícola Ferracini, consolidada como a primeira localizada na região noroeste do estado de São Paulo. Fundada em 2014, obteve conquistas importantes na Prova Anual de Vinhos Brasil com seu espumante Brut. No segmento dos tintos, merece menção especial o Jacarandá Tannat, pertencente à linha Flora Paulista.

“Trabalhar com viticultura e com uma vinícola numa região sem tradição é um desafio, mas a família Ferracini gosta de ser desafiada. E é por isso, que implantamos esse empreendimento. Graças a Deus, hoje, nós sempre brincamos que somos a primeira vinícola da região Noroeste, mas já estamos em destaque no mapa de vinícolas do Estado de São Paulo”, afirma o proprietário Fábio Ferracini.

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