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MUSEU DE ARTE NAÏF: UM TESOURO NACIONAL DE CRIATIVIDADE E EXPRESSÃO ARTÍSTICA

LifestyleMUSEU DE ARTE NAÏF: UM TESOURO NACIONAL DE CRIATIVIDADE E EXPRESSÃO ARTÍSTICA
Localizado no prédio da Biblioteca Municipal, o acervo do museu reúne obras valiosas de artistas renomados, reconhecidas por sua originalidade tanto no Brasil quanto no exterior

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Inaugurado em 23 de março de 2007, o Museu de Arte Naïf de Rio Preto surgiu com o objetivo de criar um espaço exclusivo para artistas primitivistas ou Naïf, graças à iniciativa do então Secretário de Cultura, Pedro Ganga, e do Curador de Museus, Alaor Ignácio. Possui um acervo riquíssimo que valoriza a expressão autêntica e a espontaneidade de artistas autodidatas, com obras valiosas reconhecidas por sua originalidade no Brasil e no exterior.

Localizado no complexo de museus do Centro Cultural Prof. Daud Jorge Simão, no prédio onde também funciona a Biblioteca Municipal e outros espaços culturais importantes, o Museu de Arte Naïf ocupa um espaço de grande relevância histórica para as artes visuais de Rio Preto. Nesse mesmo local, em 1967, o artista José Antônio da Silva, conhecido como “Silva”, concretizou seu sonho de criar o extinto Museu de Arte Contemporânea, dando início à formação de um acervo que, em parte, hoje pertence ao Museu de Arte Naïf. Além das obras de Silva, a coleção foi ampliada por doações de vários artistas e aquisições em salões de arte, totalizando atualmente 157 peças.

O acervo inclui obras de artistas renomados como Waldomiro de Deus, Rocha Maia, Isabel de Jesus, Zica Bergami, Orlando Fuzinelli, Edgard di Oliveira, Alex dos Santos, Daniel Firmino, André Cunha, Terezinha Bilia, Neuton, Rodrigo Silva, Deraldo Clemente, Olinda Silva, Diógenes e Euclides Coimbra, entre outros.

Segundo o Coordenador de Museus, Carlos Bachi, a maioria desses artistas é autodidata, geralmente não tiveram nenhuma formação acadêmica ou outro aprendizado artístico; a espontaneidade e a ingenuidade prevalecem quase sempre em suas obras. “Silva desempenhou um papel essencial para consolidar todo esse universo criativo que existe atualmente”, destaca.

Bachi ressalta que o Museu se consolidou como uma referência nacional na arte Naïf, elevando o reconhecimento de Rio Preto a um seleto nível de expressão nessa categoria. Além de apresentar aos visitantes um acervo riquíssimo, o Museu desempenha a função essencial de preservar e conservar um patrimônio cultural de grande importância.

“Certamente, com o fechamento do Museu Internacional de Arte Naïf do Rio de Janeiro, o Museu de Arte Naïfde de Rio Preto se tornou um dos mais importantes museus do Brasil nesta categoria, uma referência de expressão artística, cultural, educacional e turística, e passou a exercer ainda mais a função absolutamente fundamental na diversidade deste conceito e no cenário artístico nacional”, afirma.

De acordo com o coordenador, as parcerias estabelecidas com instituições de ensino superior, como Unip, Unirp e Unesp, para o desenvolvimento de projetos voltados à melhoria dos espaços museológicos, favorecerão a criação de um ambiente cada vez mais confortável e agradável para os visitantes e apreciadores da boa arte. O Museu também exerce um papel importante como um espaço educativo e criativo. As visitas monitoradas com escolas, tanto da rede pública (municipal e estadual) quanto da privada, e universidades, incentivam os participantes a expressar sua criatividade.

VALORIZAÇÃO DA CULTURA LOCAL

A professora de Arte e História da Arte, Patrícia Lemos Fochi, menciona que uma das perguntas comuns que faz aos seus alunos - sejam do ensino fundamental, médio ou universitários - é sobre suas experiências em museus e se sabem que há alguns em Rio Preto. “Alguns dizem que já visitaram um museu na capital, mas não lembram o nome. Outros mencionam que já foram a museus em outros países, enquanto há aqueles que afirmam não saber exatamente o que é um museu ou para que ele serve”, aponta.

Patrícia ressalta que, para lidar com todas essas perguntas e fornecer respostas adequadas, percebe o quanto a cultura de uma sociedade ou comunidade é frequentemente esquecida, ou desvalorizada. Ela acredita que uma sociedade é bem desenvolvida proporcionalmente à sua produção cultural.

Diante dessas questões, tanto dela quanto dos alunos, ela assumiu a tarefa de retomar as explicações sobre os museus, tratando de sua história, registro e acervo, com a intenção de sensibilizá-los e aproximá-los de suas próprias culturas, especialmente da comunidade local. Em 2024, foram firmadas parcerias com a Secretaria de Cultura e com as instituições onde atua, promovendo visitas aos museus da cidade, com destaque para o complexo do Centro Cultural Prof. Daud Jorge Simão, que abriga o Museu de Arte Naïf, entre outros importantes espaços culturais.

“Com esse estímulo, levamos algumas turmas para visitar esse complexo e, para nossa sorte, a contemplação dos acervos, o entendimento da nossa história e o reconhecimento dos nossos artistas locais despertaram a curiosidade sobre o passado, a percepção estética das formas e cores, os objetos antigos que não utilizamos mais e os sons que fizeram sucesso há algum tempo. Ao explorar a diversidade do acervo dos museus, os alunos se encheram de esperança e a certeza de que vieram de um lugar familiar, repleto de histórias desconhecidas de nossos antepassados, da criatividade dos artistas locais e, acima de tudo, do respeito pela nossa cultura”, destaca Patrícia.

O professor de História Flávio Homero destaca que o Museu de Arte Naïf, com sua expressão artística popular e espontânea, oferece uma estética que celebra a simplicidade e o cotidiano, conectando os visitantes a uma forma de arte que retrata histórias de vida e experiências humanas muitas vezes ignoradas pela arte erudita. Ele ressalta que a valorização desses espaços e de suas coleções é fundamental para a formação cultural de qualquer indivíduo.

“Visitar museus proporciona uma consciência histórica e uma apreciação da diversidade cultural. Além disso, essa experiência fortalece nossa identidade, conectando-nos às narrativas de nossos antepassados, enquanto nos inspira a refletir sobre nosso papel no presente e no futuro. Esses museus são verdadeiros centros de aprendizado e reflexão, e suas visitas enriquecem o olhar crítico e a sensibilidade artística dos indivíduos. Portanto, a arte e a cultura que esses espaços promovem são fundamentais para a formação de cidadãos mais informados, sensíveis e conscientes de sua herança cultural e histórica”, conclui Homero.

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