LIGNANAS
As lignanas são fitoquímicos polifenóis, que possuem uma estrutura química análoga a esteroides; por isso, são consideradas fitoestrógenos. Elas são metabólitos secundários de plantas responsáveis pela proteção contra patógenos e radiação ultravioleta.
As lignanas são compostos bioativos que exibem várias propriedades biológicas, como: anti-inflamatória, antioxidante, antitumoral (principalmente tumores dependente de hormônio), antimicrobiano, proteção cardiovascular, cerebral, hepática e da saúde da pele, prevenção de osteoporose.
Como fitoestrógenos, imitam a ação dos hormônios estrogênicos e ajudam a equilibrar os níveis hormonais no corpo. Nas mulheres, os princípios ativos ligam-se aos receptores do estrogênio e ajudam a equilibrar os níveis de estrogênio e bloqueiam os efeitos adversos no útero, ovário e mama. Nos homens, auxiliam na inibição da conversão da testosterona em di-hidro-testosterona, o que pode prevenir o tumor de próstata.
Se os níveis de estrogênio estiverem baixos, os seus receptores recebem um impulso de estrogênio das lignanas. Se os níveis estiverem altos, as lignanas competem com o estrogênio endógeno pelos receptores de estrogênio. Na perimenopausa o consumo de lignanas pode minimizar os sintomas de alterações de humor, irregularidade menstrual, ondas de calor e dificuldade para dormir.
As atividades antioxidantes das lignanas ajudam a proteger as células de danos causados por radicais livres e fortalece o sistema imune. Os metabólitos das lignanas fermentados no intestino e convertidos pela microbiota intestinal em enterodiol e enterolactona, podem reduzir o risco de cânceres influenciados por hormônios, por diminuir a ação de fatores de crescimento e diferenciação de células malignas, angiogênese e aumentar a apoptose.
As lignanas interferem na absorção de colesterol e triglicerídeos pelo intestino, apresentam efeito cardioprotetor e, com isso, podem auxiliar na redução da pressão arterial e na prevenção de doenças cardiovasculares.
As lignanas podem contribuir para a melhoria das funções e neuroproteção do cérebro pela inibição da oxidação dos neurônios, redução da inflamação, aumento da produção de neurotransmissores, o que auxilia na melhoria do aprendizado, memória e na prevenção das doenças neurodegenerativas.
Várias lignanas apresentam atividade antiviral, antibacteriana, antifúngica, antiparasitária.
O consumo de lignanas dificulta a absorção de glicose pelo intestino, o que auxilia no controle da glicemia e do diabetes.
Alimentos que possui lignana são ricos em fibras, o que ajuda na digestão, melhora da limpeza e da motilidade intestinal e remoção das toxinas do corpo.
As lignanas são encontradas em concentrações mais altas em sementes de linhaça e gergelim e com menor teor nas oleaginosas (castanha de caju, do Pará, avelã, nozes, pistache), leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, soja), sementes de abóbora, de girassol, grãos (centeio, trigo, cevada, aveia), frutas (amora, mirtilo, uva, groselha, morango, abacate, laranja, maçã, banana, damasco) e vegetais (brócolis, couve-flor, repolho, couve, aspargo, berinjela, rabanete, pimentão, tomate, pepino, alho, abóbora, chá, café, salsa, erva-doce). As sementes de linhaça apresentam o maior conteúdo de lignana, seguido pelas sementes de gergelim.
Eduardo Silva
Neurocirurgião do Centro do Cérebro e Coluna
Professor de Neurocirurgia da Famerp
Autor do livro: Sementes de Autoconsciência
Criador/Facilitador do Simpósio: Cérebro em Alta Performance
@cerebroemaltaperformance