A adoção de hábitos de vida saudáveis é uma necessidade geral para promoção da saúde, mas em se tratando de saúde mental essa necessidade é ainda maior.

Está em tratamento psiquiátrico? Não existe permissividade segura de álcool para os que querem equilibrar o sistema nervoso central.

Sono e atividades físicas são reguladores metabólicos importantes e necessários para organizar nossos hormônios e endorfinas. E a nossa alimentação? Parte essencial na prevenção e no tratamento de transtornos mentais.

Sim, o estilo de vida tem um impacto significativo na saúde mental de várias maneiras. Exemplifico:

O consumo excessivo de açúcar está ligado a várias consequências negativas para a saúde mental, em grande parte devido à sua capacidade de provocar inflamações no corpo e no cérebro. A inflamação sistêmica pode afetar a função cerebral, pois citocinas inflamatórias podem atravessar a barreira hematoencefálica e influenciar a neuroinflamação, prejudicando a saúde mental. Dietas ricas em açúcar podem desencadear uma resposta inflamatória no corpo, aumentando os níveis de marcadores inflamatórios, como a proteína C-reativa (PCR), que estão associados ao desenvolvimento de diversas doenças crônicas, incluindo transtornos mentais.

O consumo elevado de açúcar pode desregular o Eixo HPA, (Hipotálamo-Pituitária-Adrenal), crucial na resposta ao estresse. Uma disfunção nesse sistema pode levar a níveis anormais do hormônio cortisol, contribuindo para a ansiedade e a depressão.

Também pode interferir na produção e na regulação de neurotransmissores essenciais, como a serotonina, que desempenha um papel fundamental no humor e no bem-estar. Uma produção inadequada de serotonina está fortemente ligada à depressão e à ansiedade.

Níveis elevados de glicose podem afetar a plasticidade sináptica, prejudicando a comunicação entre neurônios e, consequentemente, afetando o humor e a função cognitiva.

A má alimentação altera a composição da microbiota intestinal e leva a um aumento da permeabilidade intestinal, permitindo que substâncias inflamatórias entrem na corrente sanguínea e afetem o cérebro. O eixo intestino-cérebro é uma via bidirecional de comunicação, e a inflamação no intestino pode influenciar diretamente a inflamação no cérebro e, consequentemente, a saúde mental.

O açúcar em excesso pode aumentar a produção de radicais livres, levando ao estresse oxidativo, que danifica células e tecidos no corpo, incluindo no cérebro. O dano oxidativo está associado a diversas condições psiquiátricas, como depressão e esquizofrenia.

Oscilações de glicose no sangue, com picos e quedas rápidas, podem resultar em sintomas de hipoglicemia, essas flutuações geram irritabilidade, confusão e fadiga, que afetam negativamente o humor e a saúde mental.

Estudos sugerem que uma dieta equilibrada, com baixa ingestão de açúcares refinados e rica em nutrientes anti-inflamatórios como ômega-3, fibras, vitaminas e minerais, pode ajudar a reduzir a inflamação e melhorar a saúde, prevenindo ou atenuando muitos problemas de saúde mental, enquanto estilos de vida prejudiciais podem exacerbar ou até mesmo causar nossos desequilíbrios e males mentais.​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​ ​​​​​​​​​​​​​​