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AUTONOMIA E ENGAJAMENTO

Coluna | MentoriaAUTONOMIA E ENGAJAMENTO

Hoje volto ao tema do engajamento, porque tem sido uma questão recorrente em diversos fóruns diferentes de discussão. É problema no RH. É problema na área comercial. É problema na liderança. E por ser um problema sistêmico, hoje acredito que trabalharmos formas de lidar com ele poderá contribuir muito para todos que acompanham a coluna.

Não sei se todos sabem, mas estou enfrentando um dos maiores desafios da minha carreira profissional atualmente desde que fizemos um novo Day 1 na CCLi Consultoria Linguística, no início do ano passado, para perseguirmos nossa visão de nos tornarmos uma EdTech Global de Idiomas no formato 100% remoto de trabalho. E sinto que o principal elemento que me deu confiança para dar esse passo e nos lançar nesse novo desafio nesta altura do campeonato foi justamente a força do engajamento da nossa equipe com o trabalho que temos feito com os pilares da cultura inovadora humanizada na prática.

Entendo bem, portanto, que sem esse engajamento o negócio ficaria limitado ao que estava acostumado a fazer antes, pois não teria força interna para abraçar o novo e superar inúmeros dos desafios já superados nessa transição. E muitas vezes o risco de permanecer na condição que já se tem é muito parecido com o risco de ir além e sair da zona do conforto: o risco de não dar certo. Portanto, mesmo no cenário conservador, já estamos correndo riscos. E como sempre digo aqui, neste mundo com tantas mudanças, o maior risco é mesmo não se abrir a elas e mudarmos à medida que se faz necessário para mantermos a força do propósito, que, aliás, é o maior combustível para o engajamento, como já falamos antes.

E o que a autonomia tem a ver com o engajamento? Para mim, não existe engajamento genuíno sem autonomia, já que a autonomia é justamente o maior teste de uma pessoa engajada, já que está nas mãos dela a solução de muitos potenciais problemas. Resolver ou não resolver é uma decisão que ela mesmo toma. Seguir ou não seguir um processo, uma diretriz ou uma política, também. Nesse sentido, quando estimulamos uma cultura de autonomia das pessoas nas empresas estamos dando oportunidade para que o melhor de cada um possa emergir. E essa é uma escolha consciente.

Para funcionar, o modelo remoto exige por si só um elevado grau de autonomia nas equipes. Muitas empresas não conseguem funcionar nesse modelo, inclusive, justamente por isso. Empresas em que a cultura do microgerenciamento ainda impera, precisam de um ambiente mais controlável. O home office está bem longe disso. E um dos elementos que fazem com que a autonomia seja um elemento-chave de engajamento é justamente a confiança. Quem recebe confiança de verdade, na grande maioria das vezes, corresponderá a essa confiança e cumprir os combinados essenciais para fazer um trabalho bem feito. Claro que sempre existem exceções para tudo, mas a maioria dos profissionais que conheço querem fazer um bom trabalho. Ter condições para isso é essencial. E contar com autonomia para entregar um trabalho de qualidade, mais ainda!

Uma dica aqui é analisar com distanciamento os níveis dos cargos na empresa e o grau de autonomia que cada um deles tem para checar se a autonomia está adequada às expectativas de entrega de cada nível. Assim, ao desenhar um cargo e seus combinados dará uma grande clareza para quem for ocupar aquela posição. E se, ao contratar, o processo de recrutamento e seleção for pautado pelas forças da sua cultura para trazer pessoas conectadas com o propósito que será vivido naquele lugar, com certeza terá muito mais chances de receber alguém que em poucos dias estará altamente engajado com sua própria experiência na empresa. É lindo ver quando alguém com poucas semanas de empresa se maravilha ao se surpreender consigo mesmo quando entrega um resultado maior do que o esperado e que ela mesma não acreditava que pudesse ser atingido. É o que costumo chamar de mágica no poder das conexões. Ao conectar a equipe com seu propósito e permitir autonomia para entregar resultados, geramos por consequência um dos maiores engajamentos que precisamos, que é o da pessoa com a própria função que ocupa.

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