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A Liderança na Era da Geração Z: Conectar para Liderar

Coluna | MentoriaA Liderança na Era da Geração Z: Conectar para Liderar

Toda semana costumo repetir sobre o nosso contexto atual, pois as transformações no ambiente de trabalho nunca foram tão rápidas e impactantes. E isso gera uma série de desafios quando não cuidamos para que nossa cultura possa ser fortalecida para lidar com todas essas transformações. A chegada da Geração Z ao mercado de trabalho é mais uma dessas transformações, pois desafia os modelos tradicionais de gestão e exige uma nova mentalidade dos líderes. Empresas que não se adaptarem a essa nova dinâmica correm o risco de perder talentos valiosos e sofrer com altos índices de turnover. Mas como construir uma cultura corporativa capaz de integrar e engajar essa geração?

Em um estudo recente apresentado no nosso bate-papo semanal da Comunidade Reinvente pelo especialista Darley Miranda, constatou-se que a Geração Z já representa entre 20% e 30% da força de trabalho em algumas usinas analisadas. No entanto, 30% desses jovens são desligados em até três meses, muitas vezes por falta de conexão com o ambiente corporativo. Eles buscam um propósito claro, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e um modelo de trabalho mais flexível. Esse cenário reforça a importância de fortalecer os pilares de uma cultura inovadora humanizada, pois ao trazermos o foco para o propósito e torná-lo realmente o norte das ações do dia-a-dia da empresa, temos uma capacidade maior de integrar diferentes gerações e promover um ambiente de pertencimento para todos.

O desafio para muitos está em entender que essa geração não responde bem a estruturas rígidas e hierarquizadas, que, justamente por isso, estão em cheque. Mas cá entre nós, não é apenas a geração Z que se incomoda com várias práticas incoerentes dessas estruturas. Muitos profissionais da geração Y, X e até mesmo baby-boomers também não concordam com a maioria dessas incoerências. Afinal, quem gosta de ter um líder que pede, ou melhor, manda fazer algo que no dia-a-dia ele mesmo não faz? A diferença é que esta nova geração tem uma tolerância menor para algumas dessas questões e acabam preferindo trocar de emprego. E o turnover segue altíssimo porque percebem que na maioria das vezes trocam seis por meia dúzia e seguem buscando um emprego que tenha uma convergência real de propósito.

Como destacou Darley Miranda, se o líder não conseguir se conectar com esses profissionais, dificilmente conseguirá liderá-los. O modelo tradicional de liderança baseado apenas em comando e controle não funciona mais. Em seu lugar, emerge a necessidade de uma liderança que inspire, dialogue e ofereça desenvolvimento contínuo. Empresas que investem em feedback constante, uso de ferramentas digitais modernas e estratégias de reconhecimento conseguem não apenas reter, mas potencializar o desempenho desses profissionais. Na prática, implementar uma cultura inovadora humanizada significa criar processos que tornem a experiência do colaborador mais significativa por considerá-lo como cocriador do propósito vivido a cada dia na empresa.

E por fim, volto a ressaltar um aspecto fundamental para liderar essa nova geração que é a coerência entre discurso e prática. A Geração Z valoriza empresas que adotam posicionamentos autênticos e rejeita ambientes corporativos que reproduzem hipocrisias organizacionais. Líderes que desejam engajar essa nova geração precisam alinhar a cultura da empresa aos seus valores de forma genuína. Isso passa por transformar políticas internas, ampliar a escuta ativa e garantir que a cultura inovadora não seja apenas um conceito, mas uma prática diária. E a metodologia dos pilares da cultura inovadora humanizada tem nos ajudado muito a conseguir viver na prática um ambiente que atrai e engaja plenamente não só esses talentos como os das outras gerações.

A liderança na era da Geração Z exige uma nova forma de pensar e agir. O desafio não está apenas em reter talentos, mas em criar um ambiente onde eles queiram permanecer e crescer. Construir uma cultura inovadora humanizada é um caminho para essa transformação e, nesse processo, o primeiro passo é transformar a própria liderança. Afinal, no novo mundo de hoje, liderar é, acima de tudo, conectar.

Daniel Rodrigues

Fundador da CCLi Consultoria Linguística, Empreendedor, Mentor e Palestrante

daniel.rodrigues@cclinet.com.br

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