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ACESSIBILIDADE: CIDADE PARA TODOS OU PARA NINGUÉM

COLUNA | BEM MORARACESSIBILIDADE: CIDADE PARA TODOS OU PARA NINGUÉM

O desenho universal inclui não apenas pessoas com deficiências físicas, mentais e mobilidade reduzida, o espectro é muito maior e deve englobar crianças, idosos e grupos vulneráveis. Em projetos arquitetônicos e urbanísticos a acessibilidade ocupa uma posição periférica e não fundamental, por vezes sendo considerada e adicionada para cumprir apenas a legislação, com rampas, plataformas, elevadores, piso tátil, entre outros e não como protagonista do partido ou conceito do projeto.

Há empecilhos invisíveis e silenciosos que tornam a arquitetura inacessível e ferem princípio básico da acessibilidade que é reconhecer a igualdade e pluralidade de corpos, respeitar as diferenças e tornar inaceitável qualquer ponto de discriminação ou exclusão. Os espaços não devem restringir nenhum aspecto da vida do cidadão em relação à mobilidade e fruição dos espaços, sejam públicos ou privados, e para isso deve existir calçadas e transporte público adaptado e de qualidade.

Faz-se necessário superar o modelo de mundo que utiliza um padrão médio de normalidade, para podermos ver o outro e, acima de tudo, entender que a pluralidade é necessária. A arquitetura não é a solução para todos os problemas do mundo, mas permite obviamente a ocupação de espaços de forma mais equilibrada, proporcionando através da tecnologia assistiva mais segurança, autonomia e independência.

A busca pela cidade genérica, baseada na uniformização e ausência de identidade não é o ideal de acessibilidade, mas apenas um lugar de sensações fracas e distendidas. Como um fenômeno inerente à condição humana, a compreensão e o respeito ao diferente devem estimular e viabilizar soluções que construam cidades inclusivas e uma sociedade igualitária, com a definição de parâmetros físicos ou imateriais que não dispensem a criatividade e inovação. A natureza é baseada na diversidade e, dessa maneira, para ser justo o projeto de cidade universal deve contemplar todos ou ninguém.

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