Há algum tempo a decoração dos ambientes tem se apegado às cores “neutras” e a uma paleta de cores minimalista e monótona. Essa idealização da neutralidade, que tem sido considerada atemporal, elegante e capaz de propiciar paz e tranquilidade, apoia-se na insípida dupla bege/cinza, onipresença e referência no design de interiores.

Nas décadas de 40 e 50 as cores estavam presentes em todos os objetos, móveis, eletrodomésticos, carros e nos próprios edifícios, de prédios comerciais a residenciais, as paletas de cores foram de fato ficando menos variadas nas últimas décadas, foi desbotando lentamente até que restassem apenas os vários tons de cinza, bege e branco.

Um dos motivos do mundo ter desbotado está na padronização mercadológica, além das mudanças no uso dos materiais, como a substituição da madeira pelo plástico e uma uniformização ditada pelos formadores de opinião e tendências. Embora a decoração atual se inspire na natureza, que é exuberante e colorida nas formas e cores, ocorreu uma descoloração lenta e progressiva nos ambientes.

Há, no entanto, uma questão muito importante que é a forma como as cores influenciam comportamentos e podem interferir no humor e ajudar a transmitir emoções, não é apenas uma questão estética ou de preferência pessoal. Além dos efeitos neurológicos e biológicos, as cores carregam significados culturais e simbologias que ultrapassam a observação superficial.

O mundo padronizado, monótono e previsível poderá ser inovado através da mudança de humor e de paradigma na decoração, onde as cores serão as protagonistas do bem-estar.