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CUMARINA

ArtigoCUMARINA

Sobre o autor

As cumarinas pertencem à família das benzopironas, um grupo de compostos fenólicos encontrados em plantas (mais de 1300 cumarinas foram identificadas), fungos e microorganismos. Elas são divididas em diferentes classes: cumarinas simples, isocumarinas, furanocumarinas, piranocumarinas, biscumarinas, fenilcumarinas. As cumarinas exibem uma ampla gama de atividades biológicas devido a sua capacidade de interagir com diversas enzimas e receptores e apresentar propriedades como: regulação do crescimento, anti-inflamatórias, antidiabéticas, antivirais, antibacterianas, anticonvulsivantes, antioxidantes, anticoagulantes, anti hipertensivas, antitumorais, neuroprotetoras.

As cumarinas atuam como reguladoras do sistema antioxidante do corpo e ajudam na neutralização de radicais livres e redução do estresse oxidativo.

A inflamação é uma resposta biológica a lesões teciduais, infecções microbianas, traumas físicos e tem um papel vital na cura e reparo dos tecidos. A cumarina apresenta efeitos anti-inflamatórios ao modular as vias de sinalização, inibição de mediadores pró-inflamatórios (aumenta a produção de citocinas (interferon, interleucinas e fator nuclear kappa) e auxilia na melhora de distúrbios inflamatórios, como artrite reumatoide, osteoartrite, gota, asma, fibrose pulmonar, diabetes, câncer, obesidade, doenças cardiovasculares e inflamatória intestinal (Doença de Crohn, retocolite ulcerativa).

A neuroinflamação promove agregação de proteínas, inativação de neurotransmissores e é um fator significativo para doenças neurodegenerativas, por provocar lesões e morte de neurônios. Derivados de cumarina pode ajudar na regulação da neuroinflamação, na melhora do fluxo sanguíneo cerebral, na inibição da agregação plaquetária e da proteína beta-amilóide, o que ajuda na prevenção das doenças neurodegenerativas (doença de Alzheimer, Parkinson, Esclerose Múltipla, Esclerose Lateral Amiotrófica, Huntington, Neuropatias periféricas).

Um dos efeitos mais conhecidos da cumarina é a sua capacidade de atuar como anticoagulante ao inibir a ação da vitamina K1, o que reduz os fatores II, VII, X e IX responsáveis pela coagulação. Essas propriedades levaram ao desenvolvimento de derivados sintéticos como a varfarina, utilizada para prevenção e tratamento de trombose venosa profunda, embolia, arritmias cardíacas e próteses valvares.

As cumarinas auxiliam na prevenção das doenças cardiovasculares e hipertensão arterial, pelas suas ações como agentes hipolipemiantes, antitrombóticos e vasodilatadores, e são capazes de inibir a formação de ateroma causado, pelo acúmulo de triglicerídeos e colesterol nas paredes das artérias.

As cumarinas auxiliam na inibição da proliferação celular, angiogênese, migração, invasão das células cancerígenas e na indução da apoptose de vários tipos de câncer (mama, pulmão, cólon, leucemia, fígado, rim, próstata, ovário).

As cumarinas apresentam propriedades com atividades antibacterianas, antifúngicas, antivirais, devido à inibição da síntese proteica, metabolismo e reprodução dos microorganismos.

As cumarinas podem ajudar no tratamento de doenças de pele (vitiligo, psoríase).

As fontes conhecidas de cumarina são: erva-doce, trevo-doce, grama de baunilha, aspérula-doce, canela, camomila, verbasco, fava tonka, língua de veado, árvores de mercanti, aipo, salsa, alcaçuz, bergamota, óleo essencial de cítricos, lavanda, chá-verde, morango, groselha negra, damasco, cereja.

Eduardo Silva

Neurocirurgião do Centro do Cérebro e Coluna

Professor de Neurocirurgia da Famerp

Autor do livro: Sementes de Autoconsciência

Criador/Facilitador do Simpósio: Cérebro em Alta Performance

@cerebroemaltaperformance

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