A vacinação é conhecida como uma eficaz estratégia na prevenção de doenças, infecções e até mortes. Pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, 30 vacinas são oferecidas gratuitamente para crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes no calendário nacional de vacinação ou por indicações a grupos em condições clínicas especiais. Mas você sabia que além dos imunizantes do Sistema Único de Saúde (SUS) há uma diversidade de vacinas que podem ser grandes aliadas conforme a necessidade cada paciente?
A médica infectologista e mestre em Ciências da Saúde Ingrid Alencar afirma que as vacinas atuam como um “treinamento” do sistema imunológico, uma vez que os imunizantes possuem partes enfraquecidas ou inativadas de vírus, bactérias ou fragmentos desses agentes para que o corpo os reconheça e produza anticorpos. “Assim, se houver contato futuro com o agente real, o sistema imune já estará preparado para reagir com rapidez e eficiência, evitando o desenvolvimento da doença ou reduzindo a gravidade”, explicou.
Essa exposição controlada a um agente patogênico (vírus, bactérias ou partes como proteínas), segundo a coordenadora médica do Pronto Atendimento da Unimed e médica da família, Priscila Rocha Polezi de Barros, faz com que o sistema imunológico produza uma resposta sem causar a doença. “O corpo, então, 'aprende' a reconhecer o patógeno e a produzir anticorpos que o defendem caso haja uma infecção real no futuro”, disse.
Vacinas que no caso das crianças estimula a imunidade desde os primeiros meses de vida e cria barreiras contra doenças que comprometam o desenvolvimento e a saúde. Proteção que, segundo a médica da família, é fundamental para prevenir doenças graves, complicações e até mortes precoces. “As vacinas protegem as crianças contra doenças infecciosas que podem ser altamente perigosas e contagiosas, como sarampo, poliomielite, coqueluche e outras”, ressaltou Priscila.
A infectologista Ingrid Alencar ressalta que as vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde são baseadas em evidências científicas para justamente prevenir casos graves e potencialmente fatais. “Seguir esse calendário é uma forma eficaz de garantir saúde individual e coletiva, ajudando a manter essas doenças sob controle na população”, orientou.
Medicina personalizada
Uma infinidade de imunizantes disponíveis no SUS e na rede privada pode ser prescrita individualmente e focada em doenças que representam risco à saúde na fase adulta. Isso porque, segundo a médica da família Priscila Rocha, o envelhecimento e a exposição a novos patógenos faz com que o sistema imunológico dos adultos não responda de forma tão eficaz como no passado, o que torna essa vacinação essencial. “Algumas vacinas, como a vacina contra a gripe ou pneumocócica, são importantes para reduzir o risco de doenças respiratórias graves, principalmente para aqueles que têm comorbidades ou estão em faixa etária avançada”, afirmou. Entre estes imunizantes estão doses do SUS que exigem reforços periódicos ou ao longo da vida, como as vacinas contra hepatite B, a dupla adulto (difteria e tétano), influenza e Covid-19.
Já na rede privada, há uma série de imunizantes que podem ser direcionados a necessidade da saúde de cada paciente. Entre os imunizantes estão a vacina contra HPV (até 45 anos para algumas indicações), herpes zóster (especialmente após os 50 anos), pneumocócica (para prevenir pneumonias e infecções respiratórias graves), meningocócica, hepatite A dependendo da exposição e a Tríplice viral (caso não tenha sido tomada na infância ou se houver risco de surto). “Essas vacinas podem ser recomendadas por médicos ou em clínicas privadas com base no histórico do paciente”, afirmou Ingrid Alencar.
Segundo a médica, a avaliação personalizada considerará a idade, o histórico vacinal, as condições de saúde, o estilo de vida, a profissão, viagens e comorbidades. “Essa abordagem personalizada garante maior proteção e evita que o paciente fique vulnerável a doenças evitáveis”, explicou Ingrid. “A vacinação é uma maneira de manter a saúde em dia, prevenindo surtos e complicações de doenças evitáveis”, complementou a médica da família Priscila Rocha.
