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OS EFEITOS DA MENOPAUSA NA SAÚDE DA MULHER 

SaúdeOS EFEITOS DA MENOPAUSA NA SAÚDE DA MULHER 
Ter um acompanhamento multidisciplinar pode ajudar a amenizar os sintomas e a promover um bem-estar geral durante essa fase de transição hormonal

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Todas as mulheres, ao longo da vida, passam por diferentes etapas em sua saúde íntima, caracterizadas por processos naturais e inevitáveis que ocorrem desde a puberdade, que é o início da maturidade sexual, até a menopausa, que marca o fim do ciclo reprodutivo. Essa transição geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos de idade, devido à diminuição da produção dos hormônios estrogênio e progesterona, resultante do esgotamento do suprimento de folículos ovarianos, o que leva à cessação definitiva do ciclo menstrual.

O período que abrange a pré-menopausa, a menopausa e a pós-menopausa é chamado de climatério. Durante essa fase, a interrupção na produção hormonal pelos ovários provoca diversas alterações no corpo da mulher. De acordo com a ginecologista Lívia Vieira, estudos já identificaram mais de 70 tipos diferentes de sinais e sintomas associados.

Lívia destaca que o melhor tratamento para aliviar esses desconfortos é a reposição dos hormônios que foram afetados com a parada de produção pelos ovários. Entre as opções mais seguras e eficazes disponíveis atualmente estão os hormônios isomoleculares, quando administrados em doses individualizadas e por vias adequadas.

Segundo a médica, a maioria das mulheres pode se beneficiar dessa abordagem, a menos que apresentem contraindicações específicas, como histórico pessoal de câncer hormônio-dependente (mama, endométrio, ovários), doença hepática descompensada, doença cardiovascular descompensada, lúpus, porfiria e sangramento vaginal sem causa conhecida.

“Para aquelas que não podem utilizar hormônios, terapias alternativas, como meditação, acupuntura e fitoterapia são excelentes adjuvantes à terapia hormonal e podem ser opções valiosas para ajudar a amenizar os sintomas”, pontua.

“Com relação aos riscos, a reposição hormonal está associada a um aumento no risco de câncer de mama e doenças cardiovasculares. No entanto, estudos científicos atuais demonstram que o uso de hormônios bioidênticos e a administração por via transdérmica não elevam o risco dessas condições”, ressalta a ginecologista Aládia Roberta de Mello.

Menopausa precoce e pré-menopausa

Em algumas mulheres, a menopausa pode ocorrer precocemente devido a fatores genéticos, doenças autoimunes, procedimentos cirúrgicos, como a remoção dos ovários, e tratamentos médicos, como quimioterapia ou radioterapia. O estilo de vida também pode influenciar no início antecipado dessa fase. Os sintomas são semelhantes aos da menopausa e podem se manifestar antes dos 40 anos.

No entanto, é importante distinguir a menopausa precoce da perimenopausa, também conhecida como pré-menopausa, que é o período que antecede a menopausa, caracterizado pela diminuição gradual dos níveis de estrogênio, o que pode resultar em sintomas anos antes do término definitivo da menstruação.

“A transição para a menopausa geralmente começa entre os 40 e 50 anos, podendo variar de mulher para mulher. Os sintomas da perimenopausa são semelhantes aos da menopausa, embora possam variar em intensidade e frequência”, explica a ginecologista Aládia Roberta de Mello.

Acompanhamento multidisciplinar

O cirurgião vascular Sthefano Atique Gabriel pontua que durante a menopausa, a mulher perde a proteção hormonal proveniente da ação do estrogênio. O risco de eventos cardiovasculares aumenta e pode haver um descontrole dos níveis de colesterol.

“É necessário redobrar a atenção com a saúde cardiovascular. O check-up e o acompanhamento médico periódico são medidas preventivas importantes contra eventos cardiovasculares graves, como infarto do miocárdio, derrame cerebral e doença arterial periférica”, alerta o médico.

A psicóloga Patrícia Alves da Silva, da Unipsico, destaca que mudanças como variações de humor, irritabilidade, queda na libido e insônia podem impactar a saúde mental e aumentar o risco de transtornos como depressão e ansiedade. Ela enfatiza que buscar ajuda profissional é uma abordagem eficaz para enfrentar os desafios emocionais e garantir uma transição mais tranquila. “O acompanhamento psicológico é fundamental para proporcionar o apoio emocional necessário nesta fase da vida”, afirma.

Tratamento inclui estilo de vida e hábitos saudáveis

De acordo com a ginecologista Lívia Vieira, adotar hábitos saudáveis é fundamental para controlar os sintomas da menopausa. Isso inclui a prática regular de atividade física, especialmente exercícios de hipertrofia muscular.

“Durante o climatério, a perda de massa muscular, conhecida como sarcopenia, pode facilitar o acúmulo de gordura e aumentar os riscos de morbidade e mortalidade. Por isso, é recomendável que mulheres com mais de 40 anos, que estão na fase pré-menopausa, sigam uma rotina de exercícios, com pelo menos 3 vezes por semana de musculação e 2 a 3 vezes por semana de exercícios cardiometabólicos”, orienta Lívia.

Segundo a nutricionista Maria Luisa Ferreira Nizato, manter uma alimentação equilibrada com os nutrientes adequados é fundamental para amenizar os sintomas da menopausa e prevenir o ganho de peso.

“Consumir os alimentos recomendados melhora a qualidade de vida, aumenta a disposição para as atividades diárias, controla o peso corporal, promove um sono de qualidade e reduz as oscilações de humor. É importante ressaltar que, em alguns casos, a suplementação desses nutrientes pode ser necessária se a alimentação não for suficiente para atender às necessidades da mulher”, destaca Maria Luisa.

PARA ALIVIAR OS SINTOMAS

Inclua na rotina alimentar:

Fitoestrogênios (isoflavonas), presentes em:

  • Soja

  • Linhaça

  • Inhame

  • Tofu orgânico

  • Grão de bico

  • Ervilha

  • Chá de folha de amorei

Fontes de Magnésio, presente em:

  • Vegetais folhosos verde-escuro, como rúcula, couve e espinafre

Fontes de cálcio, que está em:

  • Semente de gergelim

  • Iogurte natural desnatado

  • Espinafre

  • Sardinha

Fontes de ômega 3 (gordura boa), que pode ser encontrado em:

  • Azeite extra-virgem

  • Linhaça dourada

  • Anti-inflamatórios, que está na:

  • Cúrcuma (pode ser adicionada a arroz, panquecas, ovos e bebidas, como shots matinais)

Evite alimentos calóricos e inflamatórios, como:

  • Embutidos (salame, peito de peru, mortadela, salsicha)
    Carboidratos refinados (pão branco, bolos, bolachas água e sal)

  • Carne vermelha

  • Alimentos ultraprocessados e com alto teor de gordura saturada (bolacha recheada, temperos prontos, comidas congeladas)

  • Bebidas calóricas (cerveja, destilados, refrigerantes)

Fonte: Nutricionista Maria Luisa Ferreira Nizato

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