O que você precisa saber sobre os alimentos ultraprocessados
Ter uma dieta saudável e equilibrada é fundamental para o bom funcionamento do organismo e prevenção de diversas doenças. A escolha dos alimentos e a moderação no consumo de substâncias nocivas desempenham um papel essencial na saúde, no bem-estar, na qualidade de vida e longevidade. Por outro lado, maus hábitos alimentares podem impactar negativamente a saúde, aumentando o risco de diversas doenças.
Um dos principais vilões de uma dieta inadequada são os alimentos ultraprocessados. Apesar de serem saborosos, acessíveis e práticos, prontos para comer ou aquecer, esses produtos impactam negativamente a saúde. De acordo com um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma em cada dez mortes no Brasil pode ser atribuída ao consumo excessivo desses alimentos. Além do baixo valor nutricional, eles geralmente contêm grandes quantidades de sódio, açúcar e gordura, entre outros componentes prejudiciais.
“O indivíduo que não controla o consumo de alimentos ultraprocessados pode ganhar peso e evoluir para a obesidade, desencadeando uma série de complicações de saúde, como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares. Além disso, segundo estudos, a má alimentação também está diretamente relacionada ao risco de desenvolvimento de alguns tipos de câncer”, explica o médico hematologista João Victor Piccolo Feliciano, líder do setor de transplante de medula óssea da Funfarme.
De acordo com a nutricionista Diulia Vecchi, muitos alimentos ultraprocessados são deficientes em nutrientes essenciais, como fibras, vitaminas e minerais. “Esses produtos costumam ser ricos em calorias vazias, ou seja, fornecem energia sem oferecer os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo. A falta desses nutrientes pode resultar em diversas deficiências nutricionais e comprometer o sistema imunológico”, alerta.
A endocrinologista e nutróloga Tania Olmedo destaca que, atualmente, a maioria dos biscoitos e bolachas não contém mais chocolate de verdade, apenas o “sabor” de chocolate. Isso significa uma maior presença de gorduras, aromatizantes e diversos aditivos alimentares, que podem contribuir para o aumento da fome e provocar picos de insulina. “Para se ter uma ideia, 100 gramas de biscoito recheado ou salgadinho de pacote tem, em média, 400 calorias, enquanto a mesma quantidade de arroz e feijão fornece cerca de 140 calorias.”