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MITOS E VERDADES SOBRE A AMAMENTAÇÃO

SaúdeMITOS E VERDADES SOBRE A AMAMENTAÇÃO
O leite materno nutre e protege o bebê, ajudando a combater infecções, prevenir doenças e promover um desenvolvimento saudável

Sobre o autor

Para reforçar a importância da amamentação e ampliar a conscientização acerca de seus inúmeros benefícios, será implementada no decorrer do próximo mês a campanha global denominada “Agosto Dourado”. O principal objetivo é incentivar o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida do bebê e sua continuação até os dois anos ou mais, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A cor dourada simboliza o padrão ouro de qualidade do leite materno.

De acordo com a chefe da UTI Neonatal do Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de Rio Preto, Maria Carmen Lunardi Monteiro, especialmente nos primeiros dois anos de vida do bebê, período conhecido como os “mil dias”, que inclui os nove meses de gestação e os dois primeiros anos, a amamentação desempenha um papel fundamental no fortalecimento do sistema imunológico e na promoção de uma boa condição nutricional para a criança.

“O leite materno oferece uma nutrição incomparável, pois nenhum alimento é melhor para o bebê do que o próprio leite da mãe. Além disso, a amamentação fortalece o sistema imunológico. É sabido que crianças amamentadas adoecem menos, pois recebem pelo leite materno os anticorpos que a mãe desenvolveu ao longo da vida”, afirma Maria Carmen.

Segundo a pediatra Alessandra Scandiuzzi, o leite materno não apenas satisfaz todas as necessidades nutricionais para o crescimento e desenvolvimento dos bebês até os seis meses de vida, mas também contribui para a prevenção de infecções, alergias e doenças crônicas no futuro, como obesidade e diabetes, e proporciona um desenvolvimento cognitivo saudável, trazendo benefícios para a vida toda, além de ser um momento especial de vínculo e carinho entre mãe e filho.

“O contato pele a pele, o olho no olho e o toque carinhoso durante a amamentação logo após o parto ajuda o recém-nascido a se adaptar mais rapidamente à vida fora do útero, fortalecendo o vínculo mãe-bebê, proporcionando uma conexão intensa e poderosa, além de ser benéfico para o estabelecimento da amamentação”, destaca Alessandra.​​​​​​​

LIVRE DEMANDA

Não é necessário definir um horário fixo ou um número específico de vezes que o bebê deve mamar. A recomendação, nos primeiros seis meses, é oferecer o peito sempre que o bebê solicitar. “Ele pode pedir com mais frequência nos primeiros dias, pois se cansa rápido, mas logo sente fome outra vez. No entanto, com o tempo, ele começa a sugar de forma mais eficiente, aumentando os intervalos entre as mamadas”, explica a pediatra Denise Savazo.

A médica também esclarece que nos primeiros dias é comum a mãe produzir pouco leite até ocorrer a apojadura, quando a produção aumenta significativamente, às vezes até mais do que o bebê pode mamar, podendo resultar no ingurgitamento da mama e na necessidade de ordenha. No entanto, logo a produção se adapta gradualmente à necessidade de consumo do bebê, ou seja, quanto mais ele sugar, mais leite será produzido.

“É necessário que as mães busquem informações a respeito da amamentação durante a gestação, incluindo detalhes sobre a apojadura, que pode demorar alguns dias, e a importância de colocar o bebê para sugar. É fundamental que elas planejem uma rede de apoio para nos primeiros dias poderem dedicar-se exclusivamente ao bebê, sem outras preocupações e estresse, especialmente no caso de ter outros filhos, quando toda ajuda é bem-vinda nesse período”, pontua Denise.

MITOS E VERDADES SOBRE A AMAMENTAÇÃO

Amamentar dói

MITO: pode causar um leve desconforto nos primeiros dias, mas se a dor for intensa, deve-se avaliar a técnica da mamada.

Produzo leite demais ou de menos

Mito: a produção de leite será suficiente para o seu bebê. Algumas mães podem ter hiperlactação, uma produção maior do que o bebê consome, o que deve ser acompanhado.

Bebê deve mamar a cada 2 ou 3 horas

Mito: os bebês devem mamar em livre demanda, sempre que solicitarem, independente do horário.

É preciso revezar os dois seios para amamentar

Mito e verdade: depende de cada mamada e da fase da amamentação. Nos primeiros dias (colostro), não faz diferença; depois da descida do leite, pode ser necessário revezar.

Cerveja Preta, canjica e caldo de cana aumentam a produção de leite

Mito: o que aumenta a produção de leite é o bebê mamar em livre demanda e a mãe manter uma boa ingestão de líquidos.

Banho de sol no seio ajuda

Verdade: O sol nos mamilos pode ajudar na cicatrização de algumas lesões e reduzir o desconforto.

Amamentar durante uma segunda gestação pode prejudicar o desenvolvimento do bebê no útero

Mito: se a gestação não for de risco, é possível manter o aleitamento durante a gestação.

O bebê sente sede se não tomar água

Mito: o leite materno tem quantidade suficiente de água para manter a hidratação dos bebês.

Amamentar exige uma mudança na alimentação da mãe

Mito: não existem alimentos contraindicados na amamentação, mas uma alimentação saudável sempre será benéfica para a mãe e para o bebê.

O tipo de parto interfere na amamentação

Mito: o que influencia no processo de produção do leite é o início do trabalho de parto, quando o organismo da mãe e o bebê estão preparados para o nascimento. Mães que não entram em trabalho de parto podem demorar mais para ter a descida do leite.

Mulheres que fizeram redução mamária ou colocaram prótese de silicone não conseguem amamentar

Mito: o que pode acontecer é elas enfrentarem uma dificuldade maior na ejeção do leite caso haja lesão dos ductos mamários, o que não quer dizer que elas não conseguirão amamentar.

Leite congelado, mesmo quando tirado da mama, não possui os mesmos nutrientes

Mito: O leite armazenado e descongelado adequadamente não perde nutrientes significativos.

Após o sexto mês de vida do bebê não é necessário amamentar

Mito: O aleitamento materno deve ser mantido no mínimo até os 2 anos de idade, sendo exclusivo até os 6 meses.

Mulher que amamenta não corre risco de engravidar

Mito: Embora as chances de engravidar diminuam durante o aleitamento materno exclusivo, não é uma garantia. Existe, sim, a possibilidade de engravidar.

Algumas mulheres não conseguem amamentar porque têm leite fraco

Mito: Não existe leite fraco. A dificuldade muitas vezes está relacionada à falta de apoio e informação adequada.

Estresse atrapalha na produção de leite

Verdade: O bem-estar emocional da mãe é extremamente importante para a manutenção da amamentação.

Amamentar emagrece

Mito: Algumas mulheres podem não experimentar esse benefício.

A amamentação deve ser exclusiva até o 6º mês de vida

Verdade: A amamentação exclusiva é recomendada até os 6 meses de vida do bebê e deve ser mantida, com a introdução de alimentos complementares, até pelo menos os 2 anos de idade.

Se a mãe tiver dificuldade para amamentar seu bebê, ele pode mamar no seio de outra mulher

Mito: Não se deve praticar amamentação cruzada devido ao risco de infecção ou contaminação dos bebês.

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/aleitamento-materno

Fonte: Marina Lania Teles, responsável pela UTI Neonatal do Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de Rio Preto

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