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HEMATOMAS INTRACRANIANOS

SaúdeHEMATOMAS INTRACRANIANOS
Distúrbios de coagulação e traumatismo cranioencefálico são fatores de risco associados à condição que levou o ator Tony Ramos a passar por duas cirurgias no cérebro

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O ator Tony Ramos passou por duas cirurgias no cérebro, em maio, para drenar hematomas intracranianos. Essa condição é caracterizada pelo acúmulo de sangue no crânio. As principais causas estão relacionadas a traumas, acidentes especialmente com traumatismo cranioencefálico. “É possível haver hematomas extradurais devido à fratura do osso e laceração de artérias presentes na meninge”, explica o neurocirurgião do Hospital de Base (HB) de Rio Preto, Carlos Rocha.

De acordo com o médico, há também a hemorragia subdural. No caso de traumatismos cranianos de alta intensidade, pode ocorrer o rompimento de veias pontes, resultando em um hematoma subdural agudo. Além disso, pequenos traumas em pacientes idosos, que apresentam certo grau de atrofia cerebral, podem causar um sangramento mais lento, formando um hematoma subdural crônico, que possui uma sintomatologia menos aguda e mais insidiosa. “Entre 15 dias e 3 meses após o trauma, pode-se desenvolver a sintomatologia desse tipo de hematoma, que inclui cefaleia (dor de cabeça), confusão mental e alterações de força e sensibilidade, simulando um AVC.”

Rocha destaca que existem também situações de hemorragias intracranianas não traumáticas, que incluem fatores como a hipertensão arterial, principalmente para sangramento intracraniano devido ao rompimento de vasos intracranianos durante picos de pressão. Essa condição está normalmente relacionada a causas traumáticas, como traumatismo cranioencefálico de alta ou baixa intensidade, que podem resultar na formação de um hematoma crônico, e causas não traumáticas, como a hipertensão arterial e o uso de anticoagulantes, os quais são medicações que têm como objetivo afinar um pouco o sangue, representando um fator de risco importante, pois pequenos traumas ou aumentos leves de pressão podem causar sangramento cerebral.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Além do exame clínico neurológico, a tomografia computadorizada e/ou a ressonância magnética são necessárias para confirmar o diagnóstico de hematomas intracranianos. “Os hematomas maiores frequentemente causam déficits neurológicos e alteração do estado de consciência. Esses achados são fundamentais para decidir se o tratamento deve ser cirúrgico ou clínico, considerando o volume do hematoma detectada pelos exames de imagem”, afirma o neurocirurgião Dionei Freitas de Moraes, chefe do serviço de neurocirurgia do HB.

Em alguns casos, apenas o tratamento clínico é suficiente. “No entanto, se o hematoma for de grande volume, pode ser necessário submeter o paciente a uma craniotomia para a remoção completa do hematoma (no caso de hematoma subdural agudo), ou pode ser realizada uma trepanação, que envolve a criação de um pequeno furo de 5 mm no crânio e cuidados intensivos em UTI”, esclarece o neurocirurgião Márcio Luiz Tostes dos Santos.

Os hematomas intracranianos podem ser classificados em diferentes tipos de acordo com sua localização em relação às meninges – as membranas que revestem e protegem o sistema nervoso central, composto pelo cérebro e pela medula espinhal:

  • Extradural: localiza-se externamente à dura-máter, a meninge que fica entre o osso e o cérebro

  • Subdural: situa-se abaixo da dura-máter, a meninge que recobre o cérebro

  • Subaracnoide: posiciona-se abaixo da camada aracnoide, que também envolve o cérebro

  • Intracerebral: localiza-se dentro do tecido cerebral

Fonte: Carlos Rocha, neurocirurgiãodo HB

DISTÚRBIOS DE COAGULAÇÃO

Os distúrbios na coagulação sanguínea influenciam tanto na formação de hematomas intracranianos quanto no seu prognóstico, aumentando a chance de recidivas.

Segundo o neurocirurgião Dionei Freitas de Moraes, pacientes que sofrem recidivas têm maior probabilidade de experimentar um desfecho neurológico adverso em comparação com pacientes sem distúrbios na coagulação sanguínea.

“Os distúrbios de coagulação podem afetar qualquer condição clínica que envolva hemorragias, piorando ou intensificando o sangramento, e isso deve ser corrigido o mais rápido possível” reforça o neurocirurgião Márcio Luiz Tostes dos Santos.

Os sintomas dependem da localização e do tamanho do hematoma, podendo incluir:

  • Dor de cabeça

  • Alterações no nível de consciência, como sonolência, confusão mental e até coma

  • Dificuldade para falar

  • Diminuição da força em um dos lados do corpo

  • Fraqueza muscular localizada

  • Pode ser assintomático:

  • No início do hematoma subdural crônico

  • Se tiver um volume muito pequeno, que não cause um efeito de massa nem hipertensão intracraniana

Fonte: neurocirurgiões Carlos Rocha, Dionei Freitas de Moraes e Márcio Luiz Tostes dos Santos

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