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DISTÚRBIOS DO SONO E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE

SaúdeDISTÚRBIOS DO SONO E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE
A má qualidade do sono não só prejudica o desempenho físico e mental, mas também aumenta o risco de várias doenças, como hipertensão, diabetes, obesidade, problemas cardíacos, neurológicos e câncer. Também pode agravar os sintomas de depressão e ansiedade

Sobre o autor

Ter uma boa noite de sono é tão essencial para a saúde quanto manter uma dieta nutritiva e equilibrada, além de praticar exercícios físicos regularmente. Embora as necessidades de sono variem de acordo com a idade e de pessoa para pessoa, a maioria dos adultos precisa, em média, de 7 a 9 horas de sono por noite, conforme tabela divulgada pela National Sleep Foundation (Fundação Nacional do Sono) dos Estados Unidos.

No entanto, mais importante do que a quantidade de sono é a qualidade do descanso. Algumas pessoas têm dificuldade em alcançar um sono reparador e ininterrupto, o que as impede de descansar o suficiente para acordarem dispostas no dia seguinte. Como resultado, podem apresentar sintomas como sonolência, desânimo, dores no corpo, dor de cabeça, desatenção e esquecimento.

A falta de sono ou o sono interrompido de forma rotineira não apenas afeta o desempenho físico e mental, mas também está associado a um aumento dos fatores de risco para diversas doenças, como hipertensão, diabetes, obesidade, problemas cardíacos, AVC (acidente vascular cerebral) e câncer, entre outras. Além disso, também pode contribuir para o surgimento ou agravamento de sintomas de depressão e ansiedade.

“Os distúrbios do sono são condições que afetam a qualidade, a duração e a regularidade do sono, resultando em prejuízos para a saúde e o bem-estar. As causas são multifatoriais, incluindo alterações genéticas, doenças sistêmicas, alterações estruturais, obesidade, transtornos psiquiátricos, entre outras”, explica o neurologista Ricardo Funes Bastos, responsável pelo Ambulatório de Epilepsia e Enfermaria de Neurologia Geral do Hospital de Base de Rio Preto, um dos palestrantes do primeiro Simpósio sobre Aspectos Fisiológicos e Clínicos do Sono, realizado pelo HB no último dia 8.

O diagnóstico é feito com base nas informações coletadas durante a anamnese e na aplicação de questionários específicos. Em algumas situações, pode ser necessário realizar exames complementares, como a polissonografia, que avalia os padrões de sono, os movimentos corporais, a atividade cerebral, a respiração e outros parâmetros fisiológicos enquanto o paciente dorme. O tratamento é individualizado para cada condição, envolvendo desde mudanças comportamentais e terapia até o uso de medicações e, em casos de apneia, até mesmo cirurgia.

OBSTÁCULOS COMUNS

A dificuldade que algumas pessoas têm em adormecer pode ser atribuída à inibição da produção de melatonina, um hormônio naturalmente produzido pelo corpo, que promove o sono quando a exposição à luz é reduzida. Conforme o pneumologista e médico do sono João Carlos de Jesus, essa inibição está associada ao hábito comum de utilizar telas eletrônicas, como celulares, computadores, tablets e televisores, especialmente durante a noite.

Outro fator comum que influencia negativamente a qualidade do sono é a “síndrome do pensamento acelerado”, uma condição em que a pessoa começa a ter de pensamentos desconexos sobre diversas questões simultaneamente, perdendo o foco. “Além disso, também vale citar o principal distúrbio respiratório do sono, que é a apneia do sono, uma condição associada ao envelhecimento, mas também ao sobrepeso. Muitas pessoas enfrentam dificuldades para dormir bem devido à respiração prejudicada durante o sono”, afirma João Carlos.

Os distúrbios do sono são divididos em quatro grupos:

Dissonias – problemas relacionados à iniciação ou manutenção do sono, ou sonolência excessiva.

• Insônia (apneia, ronco, etc.)

• Síndrome de movimentos periódicos dos membros (“pernas inquietas”)

• Higiene do sono inadequada

• Insônia por alergia alimentar

• Síndrome da mudança rápida de fuso horário (jet lag)

• Insônia induzida por turno de trabalho

Parassonias – alterações corporais fisiológicas que ocorrem em uma fase específica do sono.

• Sonambulismo

• Terror noturno

• Sobressaltos (espasmos) noturnos

• Cãibras noturnas

• Distúrbio comportamental do sono REM

• Pesadelos

• Paralisia do sono

• Bruxismo (ranger de dentes à noite)

Distúrbios do sono relacionados as alterações médico-psiquiátricas – problemas de saúde que podem prejudicar o sono.

• Psicose

• Transtornos de humor

• Transtornos de ansiedade

• Demências

• Parkinson

• Epilepsia relacionada ao sono

• Cefaleia relacionada ao sono

• Doença do refluxo gastroesofágico

Distúrbios do sono propostos: Características individuais que

dificultam o sono.

• Sono curto (dormidor curto)

• Sono longo (dormidor longo)

• Hiperidrose do sono (suor excessivo durante o sono)

• Síndrome do engasgue no sono

Fonte: Fábio Henrique Limonte, neurologista com especialização em Neurofisiologia Clínica.

Hábitos para dormir melhor:
  • Manter um horário regular de sono, como ir para a cama e acordar na mesma hora todos os dias,
    inclusive nos fins de semana

  • Criar um ambiente propício para o sono, mantendo o quarto escuro, silencioso e em uma temperatura agradável

  • Limitar o uso de eletrônicos antes de dormir, evitando telas de computadores, smartphones e televisores pelo menos uma hora antes de se deitar

  • Praticar atividades relaxantes antes de dormir, como ler, tomar um banho morno ou meditar

  • Evitar refeições pesadas, cafeína e álcool perto da hora de dormir

  • Evitar atividade física intensa próxima da hora de dormir

  • Utilizar técnicas de relaxamento para reduzir o estresse antes de dormir, como respiração profunda, ioga ou ouvir música suave

  • Evitar cochilos prolongados durante o dia, limitando a duração entre 20 a 30 minutos e não cochilar no final da tarde

Fonte: Ricardo Funes Bastos, médico neurologista responsável pelo Ambulatório de Epilepsia e Enfermaria de Neurologia Geral do Hospital de Base de Rio Preto.

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