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CHIP DA BELEZA

SaúdeCHIP DA BELEZA
Com a correta indicação e acompanhamento médico, o implante hormonal de gestrinona proporciona diversos benefícios à saúde da mulher 

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Nos últimos meses, muito se tem falado sobre os implantes hormonais, conhecidos popularmente como “chip da beleza”. O uso indiscriminado desses dispositivos subcutâneos preocupa diversos especialistas e entidades médicas, que alertam sobre os possíveis riscos à saúde. Um dos principais motivos é a falta de informações adequadas sobre seus compostos, dosagem, eficácia ou segurança, podendo ser imprevisíveis as reações adversas e os efeitos colaterais.

O médico Murillo Abdalla, especialista em terapia de reposição hormonal e emagrecimento, explica que o “chip da beleza” é um implante hormonal de gestrinona, utilizado para tratar diversas condições ginecológicas como menopausa, transtorno disfórico pré-menstrual, endometriose, miomas e dismenorreia. Além disso, também funciona como um hormônio anabólico, auxiliando no ganho de massa muscular em pacientes que apresentam um quadro de deficiência conhecido como sarcopenia.

Conforme Abdalla, apesar de estar em alta atualmente, os implantes são vias de administração de medicação que existem desde a década de 1940. Podem ser utilizados diversos medicamentos diferentes, como testosterona, estradiol, gestrinona, estriol, entre outros hormônios. “O principal benefício do implante hormonal de gestrinona é a comodidade de não precisar usar um gel ou comprimido diário, além da estabilização da liberação das doses das medicações, proporcionando maior conforto e melhores resultados”, afirma.

A médica Cristiane Navarro Pereira Colombo, especialista em ginecologia estética e regenerativa, terapia hormonal e cirurgia íntima, explica que o gestrinona é uma medicação desenvolvida para ajudar mulheres com diagnósticos como endometriose, adenomiose e fluxo menstrual aumentado. “No entanto, seu uso e indicação acabaram sendo banalizados devido a alguns efeitos colaterais que incluem melhoria na massa muscular e na composição corporal das mulheres”.

Segundo Cristiane, a gestrinona como hormônio tem o objetivo de interromper os ciclos menstruais, aliviando, ao mesmo tempo, sintomas como TPM e irritabilidade associados ao período cíclico. “Ele diminui a ovulação, mas não é considerado um método anticoncepcional. Além disso, ele também promove o aumento da massa magra e dos níveis de testosterona, e melhora o aspecto da celulite, principalmente em mulheres que mantêm uma dieta equilibrada e praticam exercícios regularmente”, afirma.

Riscos e benefícios devem ser avaliados individualmente

A médica Clícia Quadros, ginecologista e especialista em estética íntima e implantes hormonais, explica que os efeitos colaterais mais comuns incluem ganho de peso, retenção de líquidos, alterações no humor, irritabilidade, acne e crescimento excessivo de pelos. Em casos raros, podem ocorrer complicações mais graves, como trombose, problemas hepáticos e cardiovasculares, possíveis com qualquer tratamento hormonal, independentemente da via de reposição.

“É fundamental que o tratamento seja acompanhado por um médico especialista, que avaliará os riscos e benefícios para cada paciente de forma individualizada. É importante ressaltar que quando indicado corretamente, o risco de efeitos adversos é mínimo e os benefícios superam esses riscos”, afirma Clícia.

Cristiane destaca que entre os efeitos colaterais, os mais irreversíveis são o engrossamento da voz e o aumento do clitóris. Os demais são possíveis de serem revertidos com tratamento ou mesmo interrupção do uso do hormônio. Segundo Abdalla, a probabilidade de ocorrer efeitos colaterais é baixa, desde que o procedimento seja realizado com a indicação correta por um profissional capacitado.

COMO FUNCIONA

Os implantes hormonais são geralmente inseridos na região subcutânea, a camada de gordura abaixo da pele. O local mais comum para a inserção é a região dos glúteos ou flancos, mas também pode ser colocado no braço, dependendo da avaliação médica. “Os dispositivos liberam hormônios gradualmente na corrente sanguínea, mantendo os níveis hormonais estáveis por um período prolongado. A duração do efeito pode variar, geralmente entre seis meses a um ano, dependendo do metabolismo de cada paciente”, afirma a médica Clícia Quadros.

Segundo a médica Cristiane Navarro Pereira Colombo, atualmente no Brasil há dois tipos de implantes disponíveis: o implante absorvível, que dura seis meses e não deixa resíduos após o uso, e o implante não absorvível, onde o conteúdo hormonal se esgota ao longo de um ano, deixando apenas o resíduo de plástico que precisa ser removido. “Após inserção do produto na camada subcutânea, dentro de sete dias ele começa a ser absorvido pelo organismo, liberando pequenas doses diárias”.

Indicações incluem:
  • Endometriose

  • Síndrome do ovário policístico

  • TPM (enxaqueca, dor pélvica, cólica, alterações de humor)

  • Miomatose uterina

  • Menopausa

  • Irregularidade do fluxo menstrual

  • Sangramento uterino disfuncional

Fonte: Murillo Abdalla, médico especialista em terapia de reposição hormonal e emagrecimento

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