Zouk, a dança caribenha que encantou o Brasil
A dança Zouk, conhecida pelo gingado envolvente e sensual dançado a dois, se originou nas ilhas caribenhas colonizadas pela França, Guadalupe e Martinica, e chegou ao Brasil pelo Norte do País como uma variação da lambada - estilo popular nos anos 80 e 90. Seja nas escolas de dança ou em grupos ou na noite, o Zouk ganhou o coração dos amantes da dança de salão e, hoje, é praticada aos giros e movimentos mais lentos e mais ondulados do que a Lambada. Independentemente do estilo como é praticada, o Zouk, palavra que no idioma crioulo haitiano (créole) significa 'festa', tem uma diversidade de benefícios para o corpo e a mente que falaremos logo mais.
O professor de dança Armando Gonçalves explica que, no Brasil, o Zouk ganhou movimentos com base em músicas mais modernas, com ondulações corporais suaves e sinuosas. “Sua base ao mesmo tempo em que explora o poder do quadril e das pisadas que buscam o chão, tem também momentos de leveza”, afirmou. Segundo o professor, o estilo por aqui também incorporou movimentos influenciados pelas danças urbanas, como o jazz e a dança contemporânea, “proporcionando aos praticantes uma imensa consciência corporal, liberdade e espaço para criatividade e autenticidade”, disse.
Variações e criações que, de acordo com Gonçalves, foram se encaixando em diversos gêneros musicais tocados nas boates e nas casas de dança e tornando o Zouk popular no Brasil. “A curiosidade em dançar tal gênero (que normalmente é uma música conhecida e/ou está na mídia) levam as pessoas até as escolas de dança”, contou. O fato de também ser um ritmo latino, segundo ele, também aproximou o Zouk dos brasileiros. “A miscigenação que o Brasil tem faz com que todos os ritmos latinos sejam procurados nas aulas de dança”, contou ao se referir ao Núcleo de Arte Flamenca Flávia Piquera.
Hoje, segundo a diretora da Passo a Passo – Escola de Dança, Helen Girotto, o estilo Zouk é como um grande cardápio de dança. “Não dá para definir em uma coisa só. Temos o Zouk Tradicional, o Zouk Lambada e o Zouk Flow, cada um com seu tempero especial. O melhor? Você pode experimentar todos e escolher o que combina mais com você – ou misturar tudo numa coreografia só!”, disse. A diretora ressaltou que na versão brasileira, o Zouk tem seu gingado próprio, mas sem perder o calor da lambada. “Aqui, a mágica acontece quando os dois dançarinos se conectam e deixam a música guiar cada movimento. Mas calma, viu? Não precisa ser um mestre e ter molejo! Tudo é questão de prática e sintonia”, afirmou.
Sobre o tom sensual, Girotto afirmou que a sensualidade vem dos movimentos envolventes, da troca de olhares e do vai-e-vem dos corpos em sintonia com a música que é a base da dança. “Mas nada de clichês ou exageros, tá? Sensualidade no Zouk é sobre conexão, confiança e curtir o momento com muito respeito. É aquele clima 'uau', mas sem constrangimento! Respeitar sempre um ao outro”, ressaltou a diretora.
Faixa etária
Sobre a faixa etária que mais procura pelo Zouk no Brasil, o professor Armando Gonçalvez afirmou que a dança é praticada por um público mais jovem, devido, inclusive, a época que estilo chegou no País. “Há uma tendência de o estilo ser procurado e praticado pelas pessoas da mesma idade (do surgimento da dança), assim como aconteceu com outros estilos de dança no passado e pelo fato de serem usadas músicas da atualidade para se dançar”, afirmou. “Porém, o Zouk pode ser aprendido e dançado por qualquer pessoa, de qualquer faixa etária, sem distinção alguma”, ressaltou. E não são há apenas mulheres na pista, “os homens Cada vez mais eles estão descobrindo que dançar é incrível, divertido e nada melhor para socializar (fica a dica, hein?)”, complementou Helen Girotto.
O investidor Teenan Cordeiro Sandrini, 32 anos, é um dos praticantes e afirmou que a experiência dele com o Zouk foi positivo. “Já era um estilo que eu apreciava há bastante tempo, mas nunca tive a oportunidade de fazer. E o que mais me encantou foi a sensualidade do ritmo e a forma como os movimentos fluem com a música, acho que isso é bacana porque acaba criando uma conexão entre o par né”, afirmou. Segundo ele, de todos os estilos de dança que ele já conheceu, o Zouk surpreendeu pelas músicas envolventes e pela liberdade de expressão que a dança proporciona. “No geral, a dança, para mim, é uma forma de me conectar com a música de uma maneira mais intensa, além de ser uma experiência que traz leveza e confiança”, complementou.
Envolvimento, fluidez, movimentos coordenados e confiança que fazem bem a saúde do corpo e da mente, como explica Helen Girotto. “Dançar Zouk é praticamente uma academia disfarçada de diversão! Você melhora a postura, ganha flexibilidade, equilíbrio e ainda queima calorias sem nem perceber. E o melhor? É um detox mental perfeito!”, afirmou. Segundo a diretora, a dança é um antídoto contra o estresse, causa de inúmeros adoecimentos, além de aumentar a autoestima. “Você se sente leve como uma pluma depois de cada aula. Fora as amizades e histórias pra contar!”, disse.
Além dos benefícios citados acima, o professor Armando Gonçalvez complementa que o Zouk é uma dança que trabalha a coordenação motora, lateralidade e equilíbrio, “além de ser uma ótima atividade aeróbica de baixo impacto, que pode ajudar a perder peso e a combater a gordura”, concluiu.
Dança Zouk
1) O que o Zouk?
Dança de pares, de origem caribenha que no Brasil ganhou gingado próprio, sem perder o calor da lambada e com tom sensual pelos movimentos envolventes, troca de olhares e vai-e-vem dos corpos em sintonia com a música
2) O que caracteriza o Zouk?
Dança que explora o poder do quadril, das pisadas que buscam o chão, com momentos de leveza e movimentos incorporados pelas danças urbanas, como jazz e dança contemporânea, com intensa consciência corporal, liberdade e espaço para criatividade e autenticidade
3) Como praticar?
Praticado em escolas de danças, grupos de danças e ambientes de entretenimento, a dança é praticada por pares e pode ser aprendido e dançado por qualquer pessoa, de qualquer faixa etária, sem distinção
4) Quais os benefícios?
A dança trabalha coordenação motora, lateralidade, equilíbrio, é uma atividade aeróbica de baixo impacto, ajuda a perder peso, combate a gordura, ajuda no aumento da confiança, autoestima e facilita a socialização
Fonte: Professor de dança Armando Gonçalves e diretora da Passo a Passo – Escola de Dança, Helen Girotto