A morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, em decorrência de um câncer colorretal, em julho deste ano, reacendeu um alerta urgente sobre uma doença silenciosa, mas prevenível. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registra cerca de 45 mil novos casos de câncer de cólon e reto por ano. Embora grave, esse tipo de câncer tem grandes chances de cura quando identificado precocemente e tratado, o que reforça a importância da informação e dos exames preventivos.
Também chamado de câncer de intestino, ele é o terceiro tipo que mais acomete mulheres e homens no País. Fica atrás do câncer de pele não melanoma e dos de mama e de próstata. A maior parte das pessoas diagnosticadas tem mais de 50 anos. Mas os médicos alertam para um aumento nos casos envolvendo jovens adultos, entre 30 e 40 anos. Entre as causas, a principal apontada está diretamente ligada ao estilo de vida, como tabagismo, alimentação inadequada e inatividade física.
O câncer de cólon se desenvolve a partir de lesões benignas chamadas pólipos, que crescem na mucosa do intestino grosso e podem, com o tempo, se transformar em tumores malignos. Os sintomas, no início, podem ser silenciosos. Os principais são vestígios de sangue nas fezes, alterações no hábito intestinal e dores abdominais constantes. Outros sinais de alerta são sensação de evacuação incompleta, cansaço, fraqueza e perda de peso sem motivo aparente. Diante de qualquer sintoma, a recomendação é procurar um médico.
O médico Kítaro Mendonça, especialista em medicina integrativa, reforça que o câncer de cólon é uma doença grave, mas que pode ser evitada e detectada precocemente. “Estilo de vida e alimentação têm um impacto direto na prevenção. Dietas pobres em fibras, sedentarismo, excesso de álcool, tabagismo e obesidade são fatores de risco importantes.”
O médico afirma que hábitos saudáveis não apenas reduzem o risco de doenças, mas também melhoram a qualidade de vida. Ou seja, a boa alimentação, a prática de atividades físicas e o controle do peso não só melhoram a autoestima, como reduzem drasticamente o risco de desenvolver doenças como o câncer de cólon.
O diagnóstico precoce pode ser feito através de uma combinação de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos e radiológicos. A coloproctologista Fernanda Letícia Cavalcante, afirma que é urgente reforçar o rastreamento por colonoscopia a partir dos 45 anos, mesmo na ausência de sintomas. “Detectar pólipos ainda benignos é o que salva vidas”. O exame é simples e permite identificar e remover essas lesões antes que evoluam para um câncer.
A colonoscopia continua sendo o exame mais eficaz para detectar precocemente o câncer colorretal e deve ser realizada periodicamente, especialmente por pessoas acima dos 45 anos ou com histórico familiar da doença. A adoção de hábitos saudáveis, o abandono do cigarro e a moderação no consumo de álcool completam o conjunto de medidas preventivas recomendadas pelos médicos.
