Há cinco anos, o projeto Rede Refúgio, uma iniciativa da Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São José do Rio Preto, vem transformando a vida de centenas de pessoas. Criado em 2020, durante a pandemia da Covid-19, com a missão de acolher refugiados e imigrantes que chegavam à região em busca de um recomeço, o projeto oferece não apenas ajuda emergencial, mas promove ações de integração social, autonomia e desenvolvimento individual.
Entre a população atendida estão venezuelanos, argentinos, bolivianos, sírios, haitianos, entre outras etnias. A maioria é composta por mulheres e crianças, que chegam com inúmeras necessidades — desde moradia, alimentação e saúde até apoio cultural, linguístico e educacional. “Atendemos pessoas de todas as etnias e credos, não temos qualquer restrição quanto a isso”, explica Ioná Santos Ribeiro Barbero, assistente social e uma das coordenadoras do projeto Rede Refúgio.
Fundado com base em princípios cristãos, o projeto é realizado em rede, com o apoio de diversas igrejas, instituições públicas e privadas, e também de diferentes setores do governo municipal, por meio de parcerias que fortalecem as ações de acolhimento, para que os beneficiados possam reconstruir suas vidas com dignidade e paz, como qualquer cidadão brasileiro.
“Optamos por não nos tornar uma ONG, mas sim manter o formato de projeto, voltado exclusivamente para o acolhimento de refugiados e imigrantes, mantido por doações e conduzido por voluntários. Atuamos em conjunto com as Secretarias de Saúde, Educação e Assistência Social, além de outros órgãos como a Polícia Federal, uma vez que a população atendida está espalhada por toda a cidade e necessita de apoio em todas essas áreas”, completa Ioná.
Para a professora de cultura árabe Maya Maisoun Obaied, uma das voluntárias da Rede Refúgio, o trabalho realizado pela instituição é tão significativo que ela própria decidiu se juntar à equipe, motivada pelo acolhimento e apoio que recebeu. Ela chegou ao Brasil em 2012, logo após o início da guerra na Síria, e além de todo o sofrimento enfrentado, teve que lidar com o desafio de aprender português e se adaptar a uma nova cultura.
“Conheci a Rede Refúgio enquanto participava de um curso de português na Unesp, por indicação de uma amiga da Venezuela, que me contou sobre o trabalho da instituição e o apoio oferecido aos refugiados. Gostei muito, me senti acolhida e, com o tempo, comecei a atuar como voluntária. Tudo o que vivi foi muito difícil, desejo que ninguém passe pelo mesmo sofrimento.”
Como parte das comemorações pelos cinco anos da Rede Refúgio e o Dia Mundial do Refugiado, celebrado em 20 de junho, será realizado o 4º Fórum de Imigrantes e Refugiados no dia 18 de junho, às 9h, na Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São José do Rio Preto. Com o tema central “Saúde Mental de Imigrantes e Refugiados”, o evento é promovido em parceria com a Famerp e outros órgãos, direcionado a profissionais das áreas de saúde, assistência social, educação, além de parceiros e organizações.
