Liderança Triskle
A revolução digital e a chegada de novas gerações ao mercado de trabalho mudaram completamente a forma como as organizações funcionam e, por isso, o papel da liderança também precisa evoluir. Quem continuar preso a velhos modelos de gestão corre o risco de se tornar obsoleto. Temos que nos questionar frequentemente se nossa liderança está preparada para o futuro ou presa no passado para podermos nos desapegar de práticas que não funcionam mais e abrir espaço para nos atualizarmos. Na comunidade Reinvente, buscamos discutir temas que contribuam para transformar o ser humano que lidera e, com isso, manter os resultados nos negócios.
No artigo de hoje apresento um conceito de liderança que aprendi recentemente em um dos nossos encontros da comunidade. Recebi Carolina Januzzi que apresentou o conceito da Liderança Triskle. Triskle é um símbolo celta que representa o equilíbrio dinâmico entre corpo, mente e espírito. A prática organizacional, esse modelo busca integrar três pilares fundamentais: Conexão Estratégica, Autodomínio e Execução Evolutiva. Esses elementos, quando equilibrados, criam um fluxo constante de movimento e transformação, essencial para garantir resiliência, inovação e engajamento contínuo nas empresas neste cenário em que vivemos de rápidas transformações.
O primeiro pilar, Conexão Estratégica, reforça que líderes precisam ter clareza de propósito e alinhar a estratégia organizacional com valores e metas bem definidas. Sem essa conexão, a equipe perde a direção. E a força do propósito como disseminador da estratégia é sempre muito poderoso e reforçamos essa visão também na cultura inovadora humanizada. Um ótimo exemplo que ela nos trouxe foi a volta do Steve Jobs à Apple quando a empresa estava à beira da falência. Ele simplesmente reforça o propósito de inovação da marca, volta à essência, e lança o ipod, depois ipad, depois iphone deixando claro o poder do propósito para o crescimento da empresa que acabou fazendo com que se tornasse a mais valiosa do mundo.
O segundo pilar, Autodomínio, está relacionado ao desenvolvimento do líder como indivíduo. Aqui, entra o conceito de liderança humanizada, que venho explorando em vários dos artigo desta coluna, inclusive. Um líder que se conhece, pratica a escuta ativa e mantém o equilíbrio emocional, inspira confiança e fortalece as relações com o time. O autodomínio é o que permite ao líder navegar pelos desafios sem perder o foco, mantendo a equipe engajada e alinhada.
O terceiro pilar, Execução Evolutiva, reforça a importância de transformar ideias em ação. Não basta planejar e ter boas intenções; é preciso garantir que as inovações saiam do papel. Empresas que priorizam a execução ágil e adaptativa conseguem manter a “bola em movimento” – uma analogia que Carolina usou para reforçar a ideia de equilíbrio dinâmico.
No equilíbrio dinâmico, estamos equilibrados quando mantemos o movimento. Alcançar esse equilíbrio não é simples. Em tempos de crise, o líder pode precisar fortalecer a execução; em tempos de crescimento acelerado, talvez a conexão estratégica precise de mais atenção. Essa flexibilidade é o que garante resultados sustentáveis e uma cultura organizacional verdadeiramente inovadora e humanizada. Não existem respostas prontas para lidar com os desafios atuais, já que o contexto faz toda a diferença para as soluções e os contextos mudam o tempo todo. Os princípios da liderança triskle nos ajudam a ter essa consciência de equilíbrio dinâmico para mantermos o movimento e a entrega do propósito lidado com as mudanças pelas quais passamos.