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PÃO, CIRCO E ESCAMBO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

COLUNA | EDUCAÇÃOPÃO, CIRCO E ESCAMBO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

A Educação é a área que tem o poder de encantar e frustrar ao mesmo tempo, neste país. Os professores encontram motivação quando acompanham a evolução de um aluno. Esses momentos nos fazem esquecer os problemas por um instante e novamente nos sentimos como quando saímos da faculdade, sonhando em mudar o mundo. Contribuímos sim e ainda fazemos diferença, mas isso infelizmente tem sido muito pontual.

De acordo com o PISA de 2022 que avaliou os níveis de proficiência de escolas públicas e particulares no ensino médio, apenas 1% dos estudantes obtiveram alto desempenho em matemática básica, 2% em leitura e 7% em ciências. O IDEB de 2023 também apresentou pouca evolução mantendo os alunos de ensino fundamental e médio ainda abaixo do esperado. No estado de SP houve queda no ranking.

Os problemas são tantos que fica difícil enumerar, mas analisando nossa história, é nítido que a Educação aqui nunca foi prioridade além da cultura que já veio nas caravelas de Cabral: do proveito sem investimento a partir do escambo. Até hoje a mentalidade de muitos brasileiros é essa: a busca por benefícios imediatos e finitos que a Educação possa trazer, mas não o investimento que ela é como agente de mudanças culturais, sociais e econômicas.

Se eu pudesse resumir os problemas da Educação brasileira em uma única palavra, eu diria corrupção. E no sentido mais amplo da palavra, na definição das coisas mais corriqueiras e simples.

Com a velha mentalidade do escambo e do imediatismo são oferecidos benefícios em troca do cumprimento de nossas obrigações. Vivemos a cultura de esperar sempre por algo em troca. Já vi pais recusarem que o filho usasse um recurso assistivo, mas mudarem rapidamente de opinião quando uma professora disse que o daria de presente. Já vi um pai querendo comprar notas mais altas para o filho. Vejo alunos sem planos achando que seu sustento cairá do céu. Famílias que mandam seus filhos à escola só pelos benefícios do governo. Infelizmente também já vi professores que só aceitam fazer cursos se forem gratuitos, rápidos e renderem uma evolução funcional. Profissionais que reclamam, fazem o mínimo e ainda querem reconhecimento.

A ideia não é julgar ninguém, mas refletir sobre nos acostumarmos às pequenas atitudes corruptas e que também corrompem. É um ciclo. Para os governos é muito interessante que sejamos uma nação sem instrução e totalmente estagnada. Pão e circo é a política que sempre funciona quando se governa uma massa ignorante.

Chesterton diz: “A educação é simplesmente a alma de uma sociedade a passar de uma geração para a outra.”

O que estamos passando entre as gerações até agora? A Educação brasileira, nossa alma deve ter um novo caráter. Nossa cultura deve ser a da honestidade e do esforço. Este já seria um bom começo.

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