MINHAS FÉRIAS
Enfim, férias! Professores fazem sua lista de resoluções:
• Desativar o despertador e dormir até as costas doerem;
• Desativar no WhatsApp todos os grupos relacionados à Educação;
• Ler livros de qualquer gênero, menos artigos científicos ou de formação pedagógica;
• Assistir filmes rasos só para se distrair e rir de todas as bobagens;
• Comer demoradamente;
• Viajar (Bendito empréstimo consignado!);
• Passar mais tempo com a família.
Assim como as listas de resoluções para o ano novo, estas, de férias, em que temos como principal objetivo ficar absolutamente à toa, nem sempre são cumpridas. Na realidade, muitos de nós usamos esse período para:
• Colocar as nossas consultas médicas e dos filhos em dia;
• Fazer uma cirurgia necessária aproveitando os dias de folga, porque tirar licença prejudica a vida funcional;
• Pintar a casa;
• Fazer a manutenção do carro, aproveitando que não precisaremos dele para trabalhar.
A verdade é que nossas férias podem não ser para descanso, mas para organizar a vida que vai ficando de lado em função do trabalho. São muitos os professores que se desdobram em várias escolas diariamente. Sem contar o tempo de preparação de aulas e correção de provas. Nos dividimos em mais de um emprego porque a vida é cara e precisamos prover nossas casas. A remuneração é baixa e as condições difíceis de trabalho, somadas aos problemas pessoais, com frequência nos adoecem. Entre professores, se não todos, a maioria hoje precisa de ansiolíticos e antidepressivos. Mas a realidade é essa, e nós temos a incrível habilidade de nos adaptar e fazer dos limões uma limonada.
Em meio ao que sonhamos fazer (ou não fazer!) e o que de fato fazemos nas férias, há uma lista de resoluções que fazemos inconscientemente porque, de alguma forma, ela já está interiorizada. Embora essa não fosse a ideia, contraditoriamente, não é nada incomum vermos professores em plenas férias:
• Aproveitando para fazer cursos à distância;
• Adiantando seus trabalhos da pós-graduação;
• Lendo livros e materiais de formação pedagógica;
• Assistindo filmes, sobre principalmente a Educação Especial;
• Buscando novas metodologias, estratégias e recursos para o próximo semestre;
• Elaborando dinâmicas de recepção e acolhimento e a decoração para a volta às aulas.
E ainda, surpreendentemente ansiosos pelo início do 2º semestre!
Em muitos de nós, o ser professor é parte do ser humano que somos. Ensinar está em nossa natureza, muito além do que está na natureza do nosso trabalho. Involuntariamente e a qualquer momento, estamos buscando conhecimento e ensinando num movimento em espiral que não tem fim. Ser professor é algo natural, instintivo e inato.
Colega, independente do que você faça, você está de férias. O tempo é seu. Faça o que te faz feliz!