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A RECONSTRUÇÃO MATERNA DIANTE DA DEFICIÊNCIA

COLUNA | EDUCAÇÃOA RECONSTRUÇÃO MATERNA DIANTE DA DEFICIÊNCIA

Quando uma mulher está grávida, enquanto o bebê cresce em sua barriga, crescem também expectativas para essa nova vida que aumentarão assim que a criança vier ao mundo. Como toda boa mãe essa mulher amamentará, oferecerá uma alimentação saudável e estimulará o desenvolvimento de habilidades. Ela já pesquisou muito e já leu tudo sobre maternidade. Será a melhor mãe do mundo e sua criança será perfeita. Essa fase é cheia de uma ansiedade boa e uma espera feliz. Tudo dará certo.

E chega o momento tão esperado quando aquele bebê vem ao mundo! Uma experiência impossível de ser traduzida em palavras, um amor tão grande invade aquela alma como se não houvesse poder e privilégio maiores do que trazer um ser humano à vida.

Mas... E quando esses planos tomam outros rumos e as situações não correspondem às expectativas?

Enquanto cresce a criança, algumas mães veem seus sonhos esvanecendo e tomando uma distância cada vez maior da possibilidade de concretização. Inicia-se a peregrinação desgastante na busca por especialistas, mantendo ainda assim, a esperança de ouvir algo que contrarie o que lá, no fundo, ela já sabe: “Meu filho é diferente.” São consultas, avaliações, a 2ª, 3ª, 4ª, e uma infinidade de opiniões, mas nada é tão dilacerante quanto a dor de ouvir o diagnóstico de uma deficiência.

E agora? Como planejar uma vida para a criança quando a mãe não tem chão para começar uma nova construção? Ela chora até sentir que não há mais lágrimas. Levanta, entrega o filho e a si mesma nas mãos de Deus e corre. Corre contra o tempo. Corre atrás dos tratamentos e das terapias enquanto cria novas expectativas: “Quem sabe melhora?”; “Quem sabe cura?”

A mãe precisa se refazer. Rasgar as páginas que ela havia escrito em seus sonhos sobre a vida de seu filho e iniciar a escrita de uma nova história, mas dessa vez ela entende que não escreverá tudo de uma vez. Chorando escondido escreverá trechos enquanto o filho cresce. Suas expectativas agora são que ele tenha autonomia, seja feliz e que o mundo o trate bem.

Infelizmente em vários casos essa mulher está sozinha tentando prover a casa e cuidar do filho. Saúde, Educação... E quem cuida dela?

Para que o filho não seja invisível e possa usufruir dos direitos que já lhe são garantidos, ela luta bravamente. Por isso às vezes é lembrada como guerreira. Na verdade, isso é tudo o que ela não queria ser. Quer ser só mãe assim como todas as outras. Talvez a diferença seja que ao final do dia, em suas orações haja pedidos simples como o tempo para um chá, um banho quente ou a tranquilidade de dormir uma noite inteira.

A empatia só tem valor quando posta em prática. Podemos tornar mais leve a vida de uma dessas mães e mais útil a nossa. Sejamos respostas de suas orações.

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