O espírito do tempo é uma projeção dos costumes, hábitos, valores, cultura, tendências de decoração, arquitetura, arte, roupas e ideias que transitam em determinada época. O filósofo alemão Johann Gottfried von Herder utilizou o termo zeitgeist para se referir as tendências e perspectivas para o futuro, a partir de um contexto contemporâneo, onde há uma mistura de diferentes narrativas e comportamentos.

A importância das ideias, crenças, comportamentos e influências que determinam o zeitgeist é que alguns sinais indicam um comportamento predominante que permeia a estética e o consumo das pessoas e que pode ser observado na produção de músicas, livros, moda, tecnologia, movimentos sociais, política, decoração e determinam o luxo, como evidência Alain de Botton em seu livro “Desejo de status”. O lifestyle contemporâneo se conecta com o espírito do tempo de forma complexa e tenta moldar comportamentos de forma massiva, impondo vetores de transformação e consumo. A globalização, por exemplo, trouxe uma padronização, somos vulneráveis às mensagem e signos codificados que nos envolvem, porém, o contexto social e ambiental determinam os estilos de vida que não são estáticos, eles amadurecem e evoluem criando realidades imprevisíveis.

As cidades inteligentes deverão transformar nossa maneira de viver, trabalhar e interagir com o ambiente ao nosso redor. As tecnologias como a IA (Inteligência Artificial), IoT (Internet das Coisas) e RA (Realidade Aumentada) irão transformar as interações e experiências diárias com as cidades e edificações com novas possibilidades e formas de viver. O estilo de vida do futuro deverá induzir a uma redução do impacto ambiental, aumento do consumo consciente e uma economia colaborativa. Há um horizonte de possibilidades e é emocionante observar a possível cocriação de estilos de vida, com experiências mais ricas e significativas, quando o espírito do nosso tempo é decifrado e descobrimos quem nós somos e o que desejamos para que essa interação de narrativas crie um mundo melhor para todos.