A IMPORTÂNCIA DOS RITUAIS
No mundo contemporâneo, onde a comunicação fluída é imperativa, a prática de rituais são tidas como antigas, obsoletas, dispensáveis e até mesmo um obstáculo a vida moderna. No livro “O Desaparecimento dos Rituais”, o filósofo Byung-Chul Han expõe o motivo das formas simbólicas manterem a união da social e um caminho para estilos de vida alternativo que poderiam superar o narcisismo coletivo vigente e propiciar bem-estar.
Uma casa comum com seus espaços impessoais e fluxos inconsistentes se desintegram na mera sucessão de um presente pontual, perde-se a oportunidade de fruição do lar pela produtividade e hiperconectividade ininterruptas. Desacelerar, criar cenários com iluminação, aromas, sons e estímulos táteis é uma ótima forma de reconexão e autoconhecimento.
Os rituais são imprescindíveis e dão estabilidade à vida, para Hannah Arendt, é a durabilidade das coisas que as torna “independentes da existência do homem”. As coisas têm a missão de estabilizar a vida humana, a concretude da rotina e a certeza de que, no aconchego do lar, onde os pés pisam descalços e os corpos ficam nus, desprotegidos, haverá a familiaridade inalterada e aconchego da mesma cadeira, mesa, cama e sofá para salvaguardar do mundo externo.
Estabilizadores da vida que são os rituais, desempenham papel importante, pois garantem que nos comportemos de forma organizada, tranquila e possamos estar em sintonia não apenas com outras pessoas, mas também em equilíbrio e alinhados com a moralidade das coisas, com o consumo e valores como: justiça, humanidade e sustentabilidade.