JEJUM INTERMITENTE
O jejum intermitente é um plano alimentar que alterna jejum e alimentação. A maioria das dietas se concentram no que comer, mas o jejum se concentra em quando comer. De acordo com o neurocientista Mark Mattson, desde os tempos pré-históricos, antes da era agrícola, o corpo humano conseguia ficar sem comer por várias horas ou dias.
Muitas pessoas aderem às práticas de jejum intermitente com propósito de saúde, emagrecimento, razões culturais, religiosas e espirituais.
O preceito básico do jejum intermitente é permitir que os níveis de insulina caiam por tempo suficiente para que o corpo queime a gordura. Após horas ou dias sem comida, há uma troca metabólica, quando o corpo esgota os seus estoques de açúcar e começa a queimar gordura.
Existem várias maneiras diferentes de fazer jejum intermitente, e elas são baseadas na escolha de períodos regulares para comer e jejuar. Há vários métodos de jejum intermitente. No método 12/12, o individuo alimenta-se por 12h e permanece por 12h de jejum; 16/8, come durante 8h e fica 16h em jejum; 18/6, come em período de 6h e fica 18h em jejum. Um dos métodos extremos é um jejum de 23h, seguido por uma janela de alimentação de uma hora. Outros planos de jejum são: de 24h, 36h, 48h e 72h. Na abordagem 5/2, a pessoa come regularmente durante 5 dias da semana e nos outros dois limita a ingestão de 500 a 600 calorias por dia. As bebidas são restritas durante o período de jejum intermitente e deve ser limitado a água, café e chás sem açúcar.
Os maiores benefícios do jejum incluem maior longevidade, mais vitalidade, prevenção de envelhecimento precoce, obesidade, diabetes, síndrome do ovário policístico, doenças cardiovasculares, degenerativas (artrite e artrose), metabólicas, gastrointestinais (melhora da microbiota intestinal), autoimunes, neurodegenerativas (Alzheimer, Esclerose múltipla, AVC), melhora do sono e da cognição.
As mudanças que podem ocorrer no corpo ao nível celular e hormonal mais comuns, são: aumento da produção do hormônio do crescimento, aumento da sensibilidade à insulina, redução das citocinas inflamatórias, reparação celular, também conhecido como autofagia (as células digerem, reciclam e removem as proteínas velhas e disfuncionais), expressão de genes relacionados a prevenção de doenças e longevidade. O jejum intermitente libera noradrenalina, responsável por aumentar a atividade metabólica e induzir ao emagrecimento; e BDNF (fator neuronal derivado do cérebro), fertilizante responsável pela neurogênese (formação de neurônios). Os efeitos colaterais do jejum são: fome, fadiga, insônia, ansiedade, irritabilidade, constipação, dor de cabeça.
O jejum intermitente deve ser acompanhado por orientação médica e nutricional. Para ser eficaz, os alimentos consumidos durante o período de jejum precisam ser de alto valor nutricional, como a inclusão de gorduras saudáveis, fontes de proteínas magras, carboidratos complexos, sementes, castanhas, frutas e vegetais ricos em fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes.
Ele deve ser limitado/restrito e contraindicado em crianças, adolescentes, idosos, mulheres grávidas e amamentando, pessoas com diabetes tipo I com uso de insulina, com histórico de transtornos alimentares e mentais, com desnutrição e algumas doenças graves (hepática, renal).