A ferritina é uma proteína sintetizada pelas células do fígado, responsáveis por armazenar ferro nas células do corpo, como as do fígado, baço, medula óssea, e liberando-a quando necessário. A ferritina é um importante biomarcador do estoque de ferro no organismo, quanto uma proteína sinalizadora de inflamação e infecção.
Como reservatório de ferro, a ferritina estoca e transporta o ferro que o corpo consome e libera-o conforme a necessidade para produção de hemoglobina e hemácias.
A quantidade de ferritina no sangue é um reflexo da quantidade de ferro armazenado no corpo. A faixa normal de ferritina no sangue varia para adultos de acordo laboratório e com o sexo, sendo de 30 a 60 ng/mL até 150 ng/mL para mulheres e de 30 a 70 ng/mL até 400 ng/mL para homens.
Níveis baixos de ferritina indicam a deficiência de ferro no corpo, que pode evoluir para anemia ferropriva e carência de oxigênio nas células, o que pode acarretar a disfunção e a morte das células. Ela pode ser em decorrência de sangramentos devido a traumatismos, menstruação excessiva, hemorragia gastrointestinal (úlceras ou tumores), gravidez, hipotireoidismo, carência nutricional, baixa ingestão de alimentos com ferro e vitamina C, disbiose intestinal, distúrbios de absorção de ferro no trato gastrointestinal, como a doença celíaca.
Os sintomas de ferritina baixa incluem: cansaço, fadiga, fraqueza muscular, palidez, queda de cabelo, falta de ar, tontura, taquicardia, dor de cabeça, sensação de frio constante, unhas quebradiças, irritabilidade, alteração de humor, esquecimento, dificuldade de atenção, concentração e aprendizado.
Níveis altos de ferritina acontecem em consequência de hemocromatose hereditária (condição genética que leva a uma absorção excessiva de ferro), policitemia vera (produção excessiva de hemácias), transfusões de sangue frequentes, doenças hepáticas (cirrose, hepatite C), inflamação crônica (artrite reumatoide, intestinal, doenças autoimunes, porfiria), infecções, excesso de ingestão de ferro, consumo de álcool, síndrome metabólica (obesidade, diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial), hipertireoidismo, câncer (leucemia, linfoma).
Os sintomas de ferritina alta são: fraqueza, fadiga, dor abdominal, dor nas articulações, perda de libido e disfunção erétil nos homens, pele com coloração acinzentada, falta de ar, queda da imunidade, arritmia cardíaca, confusão mental, dificuldade de concentração, perda de peso.
Os alimentos ricos em ferro são: carnes vermelhas, frango, porco, peru, peixes e frutos-do-mar, gema de ovo, vegetais de folhas verdes escuras: espinafre, brócolis, rúcula, agrião, couve, beterraba, feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico, avelã, amêndoas, pistache, castanhas, nozes, sementes de abóbora, girassol, frutas secas.
Alimentos que podem contribuir para a redução da ferritina, são: leite e derivados, café, chá-verde, maçã, pera, banana, melão, mamão, cacau.
O tratamento da ferritina alta necessita de identificação da causa quando possível, redução da ingestão dos alimentos ricos em ferro e quando indicado ingerir alimentos ou suplementos com cálcio, magnésio, zinco, cafeína (chás e café), responsáveis por reduzir a absorção de ferro, exercícios físicos e em casos específicos doação de sangue e flebotomia (sangria). Na ferritina baixa o tratamento consiste em tratar as causas primárias da deficiência e estimular a ingesta de alimentos ricos em ferro e a suplementação por via oral ou endovenosa.
