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FERRITINA ALTA: E AGORA?

ArtigoFERRITINA ALTA: E AGORA?

A ferritina é uma proteína que armazena ferro no organismo, e sua dosagem no sangue reflete os estoques de ferro no corpo. Ela indica como está a fabricação da hemoglobina, proteína presente no interior do glóbulo vermelho, fundamental para o transporte do oxigênio por todo o organismo. Valores baixos de ferritina podem ser encontrados em casos de anemia. Níveis elevados de ferritina podem indicar várias condições: inflamação de qualquer tipo, infecção, síndrome metabólica, doenças do fígado e sobrecarga de ferro no organismo (hemocromatose). A avaliação deste paciente deve ser cuidadosa e incluir o conhecimento de doenças recentes e pregressas, bem como a identificação correta do estilo de vida e, principalmente, dos seus hábitos alimentares.

O aumento da ferritina pode ser encontrado em doenças do sangue ou em pacientes sob tratamento que utilizam transfusões repetidas ou em número elevado. Algumas alterações genéticas em relação à absorção do ferro pelo organismo podem ser responsáveis pelo aumento da ferritina, sendo, porém, menos frequentes, mas observáveis ao exame físico do paciente. A seguir, citaremos duas condições que devem ser obrigatoriamente avaliadas na presença de ferritina elevada: a síndrome metabólica e uma possível doença hepática.

A síndrome metabólica é um conjunto de condições que ocorrem juntas e aumentam o risco de doenças cardíacas, derrames e diabetes tipo 2. Ela se apresenta com pressão arterial elevada, altos níveis de açúcar no sangue, excesso de gordura corporal ao redor da cintura e níveis anormais de colesterol ou triglicerídeos. Ter apenas uma dessas condições não significa que você tem síndrome metabólica, mas qualquer uma delas aumenta o risco de doença grave. Ter mais de uma pode aumentar ainda mais esse risco. Alguns dados indicam o diagnóstico da síndrome: circunferência abdominal (homens: acima de 102 cm; mulheres: acima de 88 cm), triglicerídeos acima ou igual a 150 mg/dL ou sob tratamento para triglicerídeos elevados, HDL colesterol (colesterol "bom") baixo (homens: abaixo de 40 mg/dL; mulheres: abaixo de 50 mg/dL ou em tratamento para baixos níveis de HDL), pressão arterial elevada (acima ou igual a 130/85 mmHg ou em tratamento para hipertensão) e glicemia de jejum elevada (≥ 100 mg/dL ou em tratamento para níveis elevados de glicose no sangue). Para ser diagnosticado com síndrome metabólica, uma pessoa deve ter pelo menos três desses critérios descritos.

Na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), o metabolismo do ferro pode estar alterado, e a dosagem da ferritina é considerada um marcador importante. Em alguns pacientes com DHGNA, há um aumento do acúmulo de ferro no fígado. Isso pode estar relacionado à resistência à insulina e às alterações metabólicas associadas à obesidade e à síndrome metabólica. O acúmulo de ferro no fígado aumenta o estresse oxidativo, causa inflamação e dano hepático ao alterar suas células. Este dado é relevante na progressão da esteatose (gordura) hepática para esteato-hepatite não alcoólica. Neste ponto, o foco deve ser a avaliação do órgão através de exames laboratoriais e de imagem para esclarecer a causa e o grau de comprometimento do fígado, orientando o tratamento.

A presença de sintomas gerais deve ser valorizada, e a boa avaliação propiciará, além do diagnóstico, tratamento e aumento da perspectiva de sobrevivência com qualidade de vida, que é o que todos queremos.

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