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Doença Residual Mínima

ArtigoDoença Residual Mínima

Sobre o autor

A Doença Residual Mínima (DRM) é um conceito fundamental na oncologia e na hematologia, referindo-se à presença de células cancerígenas em níveis indetectáveis por exames convencionais após o tratamento de doenças como leucemia e linfoma. A compreensão da DRM é crucial para os pacientes que enfrentam doenças crônicas e graves, pois, embora não haja sintomas ou sinais evidentes, a doença pode persistir em um nível molecular ou celular. Ou seja, um resquício da presença da doença.

Este texto explora a importância da avaliação e monitoramento contínuos da DRM, destacando a necessidade de acompanhamento médico rigoroso, mesmo após a remissão aparente. Com isso, buscamos conscientizar os pacientes sobre a relevância desses exames e a importância de se manter vigilante na luta contra o câncer e outras doenças graves.

Assim, DRM negativa não significa necessariamente a cura da doença; em vez disso, indica um estado de remissão, onde a doença está sob controle, mas não erradicada. Portanto, mesmo após alcançar esse estágio, os pacientes precisam de acompanhamento médico regular para monitorar a saúde e prevenir recaídas. Essa vigilância é vital, pois a recaída, ou retorno da doença, pode ocorrer a qualquer momento, frequentemente sem aviso.

Para exemplificar doenças que podem ser avaliadas quanto à DRM, destacamos as leucemias e os linfomas nas quais a presença de células malignas em níveis mínimos pode levar a recaídas. No câncer de mama a detecção de células tumorais residuais pode impactar no prognóstico e obrigar tratamentos adicionais. Em relação ao câncer de próstata ressaltamos que exames regulares são necessários para avaliar a presença de células cancerígenas após o tratamento inicial.

Os métodos utilizados para detectar a DRM variam conforme a doença e o tratamento. Entre os principais métodos, podemos destacar exames de imagem como a tomografia computadorizada e ressonância magnética que ajudam a visualizar alterações internas no corpo.

A contagem de células e a detecção de marcadores tumorais são essenciais para identificar a presença de células cancerígenas.

As biópsias podem fornecer informações cruciais sobre a presença de DRM assim como testes moleculares baseados em métodos de PCR e sequenciamento de DNA permitem a detecção de células cancerígenas com alta sensibilidade, mesmo em níveis extremamente baixos.

A periodicidade dos exames necessários para monitorar a DRM depende do tipo de doença, do tratamento realizado e das condições do paciente. Geralmente, esses exames são realizados após o tratamento para avaliar a eficácia e a presença de doença residual. Devem também ser realizado no seguimento do paciente para monitorar a saúde do paciente e detectar recaídas em estágios iniciais. E o mais importante o monitoramento em intervalos regulares. Neste momento o paciente deve seguir a recomendação do seu médico, para garantir que qualquer sinal de recaída seja detectado o mais cedo possível.

Assim, DRM é um conceito crítico na compreensão da saúde de pacientes com doenças crônicas e graves e o seu conhecimento imprescindível para garantir que a doença permaneça sob controle.

Concluindo enfatizamos aos pacientes não subestimarem a importância da avaliação e monitoramento periódicos. A luta não termina com a remissão. A continuidade do cuidado é a chave para a prevenção de recaídas e para garantir uma qualidade de vida. Os pacientes devem manter um diálogo constante com seus médicos. Sua saúde depende disso e, com o acompanhamento adequado, a esperança de um futuro saudável e livre de doenças se tornará cada vez mais feliz e presente.

MILTON ARTUR RUIZ

Médico, coordenador da Unidade de TMO e Terapia Celular do Hospital Infante Dom Henrique da Associação Portuguesa de Beneficência de Rio Preto, Ex-professor de Hematologia/Hemoterapia da USP

@dr.miltonruiz

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