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TECNOLOGIA NO PULSO, SAÚDE EM ALERTA

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Os vários modelos de smartwatches auxiliam no rastreio de arritmias, contagem de passos e monitoramento de oxigênio, mas não dispensam avaliação médica. Entenda como usar essas funções de forma segura 

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Os relógios inteligentes ou smartwatches prometem monitorar a saúde cardiovascular e ser aliados importantes das atividades físicas, além das funcionalidades de notificações, chamadas, controle de músicas, pagamentos, assistentes virtuais e, claro, mostrar a hora certa. Apesar das inúmeras facilidades, as funções relacionadas à saúde são 100% confiáveis? Como essa série de benefícios deve ser usada de forma inteligente para não trazer falsos alardes ou mascarar reais diagnósticos? A Revista Bem-Estar conversou com cardiologista, educador físico e um consultor de engenharia de software para responder essas e outras questões e trazer dicas de como usá-los corretamente.

Para o cardiologista Augusto Sardilli, os smartwatches podem auxiliar com informações, alertas e rastreios que podem servir de base, mas não substituem avaliações médicas ou exames complementares. Entre os benefícios, segundo o médico, está a contagem de passos que os dispositivos registram durante a rotina de casa, trabalho, entre outros afazeres. Segundo Sardilli, um dia a dia com mais de sete mil passos por dia traz inúmeros benefícios para a saúde. “Já traz uma diminuição impactante em relação a mortes por causa cardiovascular e também por causas gerais. Uma coisa simples que o relógio pode ajudar na quantificação”, ressalta.

Já em relação ao monitoramento da pressão arterial, o cardiologista alerta que a falta de validação da maioria dos smartwatches ou até mesmo imprecisão dos mais eficientes exigem uma cautela maior. “Os relógios podem servir para auxiliar, alertar e eventualmente perceber que a pressão está ficando mais elevada, só que não dá para ter a certeza que a pressão que está no relógio de fato é a verdadeira”, frisou o médico. “Então o relógio não tira a necessidade do indivíduo ter a avaliação da pressão arterial aferida por um profissional médico”, complementa Sardilli.

No caso do rastreio de arritmias, em especial a fibrilação atrial (arritmia cardíaca), os smartwatches da Apple e da Samsung, de acordo com o cardiologista, possuem maior respaldo, inclusive com estudos, porém não funcionam como um eletrocardiograma. “Podemos dizer que serve como alerta para quem se sente bem, já passou pelo médico e estava tudo certo”, diz. Nestes casos, o cardiologista orienta por uma nova avaliação médica para uma investigação mais aprofundada.

Outra funcionalidade que merece atenção está relacionada à saturação de oxigênio. Apesar do monitoramento dos relógios não ser tão fidedigna, embora haja modelos mais confiáveis das marcas Apple, Samsung e Garmin, o monitoramento da saturação pode ser um alerta para apneias (ronco forte), segundo o médico. Isso porque, de acordo com Sardilli, o paciente que tem apneia faz pausas na respiração. Problema que pode levar a uma qualidade de vida ruim, sono constante, cansaço crônico e outros problemas. “Aumento de risco cardiovascular, arritmia e hipertensão arterial de difícil controle”, acrescenta.

Qual modelo escolher?

Na hora de escolher um smartwatch, vários fatores devem ser considerados além do visual e da marca. Qualidade de construção, resistência, recursos voltados à saúde, monitoramento do sono, acompanhamento de atividades físicas e funcionalidades extras são pontos importantes. Além disso, a autonomia da bateria, a compatibilidade com o sistema operacional do celular, a integração com assistentes virtuais (como Google Assistant, Siri ou Alexa) e a possibilidade de instalar aplicativos de terceiros também fazem diferença na experiência de uso. “Para usuários que gostam de personalizar seus dispositivos, a capacidade de instalar aplicativos adicionais pode ser um fator decisivo”, orienta o consultor de engenharia de software Rodolfo Insides. Mas nem sempre o modelo com mais funções é o mais indiGarmin Forerunner Valor: R$ 5.799 cado. Segundo Rodolfo, é importante considerar a usabilidade e a precisão dos dados. “Um smartwatch pode oferecer inúmeras opções, mas se for difícil de usar, descarregar rápido ou medir dados incorretamente, a experiência será ruim”, alerta. Para quem está começando a usar esse tipo de tecnologia, o consultor sugere algumas dicas práticas: busque avaliações, leia o manual, use apenas como ferramenta complementar, mantenha sensores limpos, relógio ajustado ao pulso, evite uso excessivo e dependência de alertas e reveja dados coletados e, em caso de padrões anormais, procure um profissional de saúde. “Cuidado com sensores de proximidade de compartilhamento de dados, sempre que não utilizar desative ou utilize requisição de senha/digital sempre que o mesmo for utilizado”.

ESPORTE E NUTRIÇÃO

Com funcionalidades cada vez mais avançadas, os smartwatches se tornaram grandes aliados da prática esportiva — mas é preciso atenção ao interpretar os dados fornecidos. O nutricionista e treinador físico Venâncio Campos destaca que os relógios inteligentes são especialmente úteis para acompanhar a evolução dos treinos, com recursos como rastreamento de GPS, contagem de passos e medição de distâncias. “Esses dados são úteis para o acompanhamento da evolução nos treinos, especialmente em atividades como corrida e caminhada”, afirma. No entanto, quando o assunto é gasto calórico, o alerta é claro: os números nem sempre refletem a realidade. Venâncio explica que os dispositivos tendem a superestimar os resultados, o que pode comprometer o planejamento alimentar. “Por isso, o ideal é que esses dados sejam vistos como estimativas e nunca como verdades absolutas, especialmente se estiver tentando usar essas informações para ajustar dieta”, orienta. Para ele, os smartwatches devem ser vistos como ferramentas de motivação e organização, não como substitutos da avaliação profissional. “Além disso, vale lembrar que saúde e resultado vêm da constância e da disciplina, não apenas de números. Por isso, foco no básico bem feito: treinar, se alimentar com consciência, dormir bem e manter o corpo em movimento”, conclui.

Algumas marcas de smartwatch:

Samsung Galaxy Watch – Entre R$ 800 e R$ 3,6 mil, a Samsung oferece um ecossistema completo com o Wear OS (sistema operacional desenvolvido pelo Google), com acesso a app e serviços da Samsung.

Apple Watch – Entre R$ 3,3 mil e R$ 10,5 mil, os Apple Watch são integrados ao ecossistema iOS (Iphones), com recursos de saúde e fitness, além de pagamentos por aproximação.

Garmin Forerunner – Entre R$ 1,2 mil e R$ 30 mil, os relógios inteligentes Garmin são ideais para atletas, com foco em recursos de corrida e ciclismo, além de monitoramento de saúde.

Huawei Watch GT – Entre R$ 600 e R$ 1,2 mil, os relógios inteligentes combinam design com funcionalidades de monitoramento de saúde (eletrocardiograma e oxigênio no sangue).

Xiaomi Redmi Watch – Entre R$ 200 e R$ 600 mil, os relógios inteligentes da Xiaomi são ótima opção custo-benefício, com foco em atividades físicas e notificações.

Fonte: Pesquisa sites de fabricantes feita pela reportagem Bem-Estar

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