A pré-eclâmpsia, complicação grave que afeta exclusivamente gestantes, ainda é cercada de desinformação e pode colocar em risco a vida da mãe e do bebê se não for diagnosticada e tratada corretamente. Segundo dados recentes do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 75 mil mulheres morrem por ano no mundo por complicações relacionadas à pré-eclâmpsia, e no Brasil, a condição afeta cerca de 76 mil gestantes anualmente, sendo responsável por mais de 20% das mortes maternas no país.
Com o aumento de debates nas redes sociais após celebridades como Rihanna e Serena Williams relatarem suas experiências com o problema, o tema ganha visibilidade e levanta uma questão fundamental: o quanto as mulheres realmente sabem sobre a pré-eclâmpsia?
Para esclarecer os principais mitos e verdades sobre a condição, o ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana Vamberto Maia Filho, referência em saúde materna, explica como reconhecer os sinais de alerta, quais são os fatores de risco, como prevenir e qual o tratamento adequado.
O que é a pré-eclâmpsia?
A pré-eclâmpsia é uma síndrome hipertensiva que se manifesta, geralmente, após a 20ª semana de gestação. “Ela se caracteriza pelo aumento da pressão arterial associado à presença de proteína na urina (proteinúria) e pode evoluir para quadros mais graves, como eclâmpsia (convulsões) ou Síndrome HELLP”, explica o Vamberto.
Mitos e Verdades sobre a pré-eclâmpsia
Verdade: Pré-eclâmpsia pode ocorrer em gestantes saudáveis
Mesmo sem histórico de hipertensão, qualquer mulher pode desenvolver a condição, embora existam fatores de risco como primeira gestação, obesidade, idade materna avançada, gravidez gemelar e histórico familiar.
Mito: Pré-eclâmpsia só acontece perto do parto
A maioria dos casos ocorre no terceiro trimestre, mas há registros precoces a partir da 20ª semana. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais delicado pode ser o manejo da gestação.
Verdade: Não existe cura definitiva, mas há tratamento
A única “cura” para a pré-eclâmpsia é o parto, mas existem medidas eficazes para controlar a pressão arterial e proteger mãe e bebê até que o nascimento seja seguro.
Mito: Sintomas são sempre evidentes
Muitas mulheres não percebem os sinais iniciais. Dor de cabeça forte, inchaço repentino, visão turva e dor no abdômen superior devem ser levados a sério e investigados com urgência.
