A campanha nacional Dezembro Laranja 2025 desempenha um papel fundamental para conscientizar a população sobre os perigos do câncer de pele. Promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a campanha destaca a série de medidas preventivas que existem contra a doença. De acordo com Instituto Nacional do Câncer (INCA), os tumores de pele representam 33% dos diagnósticos de câncer no Brasil e aproximadamente 185 mil novos casos da doença são registrados anualmente no País. Segundo o Inca, para 2025, a estimativa é de 220.490 casos de câncer de pele não melanoma, além de 8.980 novos de melanoma, o tipo mais agressivo.
O professor emérito e chefe da dermatologia da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) e do Hospital de Base (HB), João Roberto Antonio, afirma que o Dezembro Laranja deste ano chama a atenção para a importância do autocuidado. “Orientações de medidas essenciais para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de pele e também a necessidade de evitar excesso de exposição solar constantemente, pois a solaridade em nosso país é o ano todo”, destaca.
O professor explica que a exposição à radiação ultravioleta (UV) em excesso e repetida tem um efeito cumulativo. “Ela penetra profundamente na pele, sendo capaz de provocar diversas alterações, como o bronzeamento e o surgimento de pintas, sardas, manchas, rugas e outros problemas e, com o passar dos anos, evoluir tanto para tumores benignos (não cancerosos) como para os cancerosos”, alerta João Roberto. E quanto mais clara a pele, segundo o especialista, mais riscos. “Aceite o tom da sua pele como ele é. Pele bonita é pele saudável. Evite o bronzeamento natural ou artificial”, orienta.
Câncer de pele
O cirurgião oncológico Alberto Julius Alves Wainstein, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), alerta que o câncer de pele muitas vezes pode ser evitável. “Muitos dos fatores de risco podem ser prevenidos, principalmente ao evitar a exposição solar sem proteção”, afirma.
Segundo o cirurgião, embora a maioria dos casos seja diagnosticada em pessoas sem histórico familiar da doença, cerca de 10% dos melanomas estão associados a síndromes hereditárias, como o melanoma familial.
Existem dois tipos de câncer de pele: o melanoma e o não melanoma. “O não melanoma é o mais incidente e, em geral, o de menor letalidade. Ele acomete células que não produzem melanina. Esses tumores podem causar deformidades importantes, invasão local e necessidade de cirurgias mais extensas quando o diagnóstico é tardio”, alerta o cirurgião.
Já o melanoma, menos frequente e mais agressivo, nasce dos melanócitos, responsáveis pela pigmentação da pele, cabelos e olhos. Embora represente de 4% a 5% dos tumores cutâneos, o melanoma é responsável por aproximadamente 40% das mortes por câncer de pele. “Quando detectado em fase inicial, a taxa de cura ultrapassa 90%, mas cai para menos de 50% em tumores com espessura superior a quatro milímetros. Isso mostra como o momento do diagnóstico é decisivo”, reforça Alberto Julius.


