Falar em saúde cerebral acima dos 40 anos é falar em um desafio constante em manter o cérebro ativo, preservar a memória, o sistema cognitivo e evitar doenças neurológicas e degenerativas, como os mais variados tipos de demências, as quais atingem cerca de 8,5% da população acima dos 60 anos (Relatório Nacional sobre Demência 2024). A partir de quando, portanto, devemos prestar mais atenção na saúde cerebral? E como cuidar e proteger o cérebro? O que mais influencia na memória e na preservação do sistema cognitivo? Essas e outras perguntas vamos responder abaixo com especialistas ouvidos pela Bem-Estar.
O médico psicanalista, especialista em saúde mental e professor da Faculdade de Medicina FACERES, Augustus Cézar Polimeno, afirma que a partir dos 40 anos é natural pequenos deslizes de memória. “É natural que pequenas falhas de memória apareçam, mas isso não significa que o cérebro está envelhecendo mal e o segredo é mantê-lo constantemente estimulado”, afirma.
Segundo Augustus Cézar, assim como o corpo precisa de exercícios para se manter saudável, o cérebro também necessita ser sempre desafiado. “Aprender coisas novas, praticar a atenção plena e cultivar bons hábitos de sono são pilares importantes para manter a memória em dia”, orienta.
As recomendações para manter a mente ativa vão além de passatempos repetitivos, como cruzadinhas, jogos de palavras e sudoku, “esses passatempos podem ser úteis, mas sozinhos não bastam”, alerta o psicanalista. Segundo o médico e professor da Faceres, o cérebro se beneficia mais de atividades que o desafie a sair da rotina, como aprender um novo idioma, tocar um novo instrumento, cozinhar uma receita diferente ou até mudar trajetos habituais. “Quanto mais novidade, mais áreas cerebrais são ativadas, fortalecendo as conexões”, explica Augustus Cézar.
Além do estímulo mental, a saúde cerebral depende de diversos fatores presentes no cotidiano, ressalta o psicanalista Augustus Cézar. Segundo ele, o estilo de vida exerce impacto direto na saúde cerebral. “Entre os fatores fundamentais está o controle do estresse, já que altos níveis de cortisol prejudicam a memória. Uma vida social ativa, com círculos de amizades, passeios, encontros sociais também são fundamentais para a saúde cerebral, uma vez que conversar, interagir e compartilhar experiências protege o cérebro contra o declínio cognitivo. A atividade física regular também é fundamental por melhorar a circulação sanguínea e favorece a oxigenação do cérebro”, recomenda o psicanalista.

