Todo dia 6 de agosto comemora-se o Dia do Bom Jesus dos Castores em um santuário no povoado dos Castores, às margens da BR 153, município de Onda Verde, a 20 quilômetros de Rio Preto. É o lugar de maior peregrinação na região. Entre os dias 5 e 6, milhares de peregrinos vão até lá em busca de milagres e para pagar promessas. Muitos fazem o percurso a pé e até descalços. É gente de toda a região e até de outros estados.
Em relação à imagem, são muitas histórias diferentes contadas pelos antigos moradores, mas sempre com o mesmo final: o milagre da chuva, que salvou a lavoura da seca que castigou os Castores no ano de 1909, quando após uma reza fervorosa ao Bom Jesus, a chuva caiu em abundância, salvando as plantações.
A história que ouvi em uma romaria, em agosto de 1983, do Sr. Domingos, de Palestina, SP, que nascera no povoado e a ouvira do seu avô, foi que em meados do século XIX, um agricultor, ao amanhecer, enquanto capinava o local, encontrou a cabeça de Cristo feita de madeira. Mais adiante, ao entardecer, achou o corpo. Ao terminar a jornada, levou as peças para casa e juntou as partes, que eram articuláveis com arames, completando a imagem de Cristo.
Com o passar do tempo, percebeu que a imagem transmitia uma certa paz e que, apesar de muito simples, era diferente. O povoado também sentiu essa energia: uns diziam ver luzes e outros afirmavam que a imagem realizava milagres. Então, decidiram construir um cruzeiro no local onde foi encontrada uma das partes e uma capelinha de sapé no ponto onde se achou a outra parte. Assim, a imagem foi deixada definitivamente sob a cobertura de sapé.
Com o passar dos anos, a capela original foi substituída por outra, de alvenaria, e a imagem passou por diversas modificações. Colocaram uma camada de massa em volta da madeira, houve ataque de cupins consumindo parte da imagem e, mais recentemente, foi restaurada. Atualmente, está totalmente descaracterizada em relação à época em que foi encontrada.
