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TEM DE TINIR!!!

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Local é conhecido como Casa das Onças e Santuário do Bom Jesus e Nossa Senhora

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Em Bom Jesus da Lapa, no sertão baiano, às margens do rio São Francisco, existe um santuário dentro de uma gruta de pedra, encravada em um penhasco de cerca de 100 metros de altura. O local é conhecido como Casa das Onças e Santuário do Bom Jesus e Nossa Senhora.

A gruta foi descoberta em 1691, pelo artista português Antônio de Mendonça Mar, que havia sido preso injustamente em Salvador. Após cumprir sua pena, fez uma promessa de catequizar os índios do sertão baiano. Percorreu cerca de 800 quilômetros às margens do rio São Francisco, levando apenas um crucifixo e uma imagem de Nossa Senhora da Soledade.

Ao descobrir a gruta, passou a viver ali como eremita até sua morte. Mendonça Mar ganhou fama por suas pregações e, reconhecido pelo arcebispo da Bahia, foi chamado de volta a Salvador, onde se preparou para o sacerdócio. Foi ordenado padre em 1705, adotando o nome de Padre Francisco da Soledade.

Mesmo antes de sua ordenação, as orações que fazia junto aos índios e viajantes do velho Chico transformaram o lugar em local de romaria e milagres. Após sua morte, ficou conhecido como “O Ermitão da Lapa”.

Todos os anos, milhares de pessoas visitam o santuário. No alto do penhasco onde está a gruta, há um cruzeiro, uma pequena capela e a famosa “pedra do sino” (mostrada na foto), uma formação calcária que emite um som de sino quando tocada por outra pedra.

Diz a lenda que, quando o romeiro consegue “tinir” a pedra, é sinal de que estará vivo e voltará ao santuário no ano seguinte. Caso não consiga, morrerá antes da próxima romaria. Uns tentam, outros preferem não arriscar.

Os que conseguem “tinir” nas primeiras tentativas saem radiantes; os que não conseguem, insistem até obter o som esperado — muitos chegam a ferir as mãos na tentativa. Ainda assim, vão embora apreensivos.

Quando fiz a foto da matéria, em 2001, tentei três vezes; na quarta, “tiniu”. No ano seguinte, voltei — e estou vivo até hoje.

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