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Autorresponsabilidade

Coluna | MentoriaAutorresponsabilidade

Na semana passada começamos uma série para fortalecer a autoliderança em uma cultura inovadora humanizada. Dando sequência aos temas, falaremos hoje sobre autorresponsabilidade que, nada mais é, do que assumir a responsabilidade por aquilo que queremos e que nos caiba como responsáveis sem buscarmos terceirizações de responsabilidades. Esse tema foi debatido na Comunidade Reinvente com uma especialista em autoliderança que estrutura sua metodologia nos “autos” para ajudar profissionais na condução de suas próprias carreiras: Darlem Bodak.

Darlem nos trouxe uma provocação simples, mas profundamente transformadora: “autorresponsabilidade não é culpa, é poder.”. Ao assumirmos a responsabilidade do que queremos, assumimos no processo a responsabilidade por tudo o que acontece, e que não necessariamente queríamos que acontecesse, para buscar o que queremos de verdade. E essa postura traz um grande poder para ação já que não fica buscando culpados nem se vitimizando, mas parte para a ação para lidar com o que está acontecendo de fato.

Quando estimulamos uma cultura inovadora humanizada na qual o foco está no propósito, precisamos que todos exercitem a autorresponsabilidade no seu dia-a-dia para que a colaboração seja potencializadora e para que se possa pedir ajuda para o que não deu certo. Essa segurança leva a uma agilidade maior para lidar com contingências e, consequentemente, melhora as chances de conseguir chegar nos resultados esperados. Desenvolver a autorresponsabilidade se torna ainda mais fundamental quando falamos de um contexto de trabalho remoto em que esta competência é fundamental para que as entregas aconteçam como esperado.

Durante o encontro, Darlem reforçou que a autorresponsabilidade se manifesta quando trocamos o “por que comigo?” pelo “o que posso fazer agora?” quando algo dá errado. Essa mudança de perspectiva é a base para equipes mais resilientes e para uma liderança mais íntegra. Em empresas com uma cultura inovadora viva, vemos líderes promovendo essa mentalidade com práticas simples: perguntas de autoavaliação, convites à reflexão em feedbacks e espaços seguros para conversas difíceis.

Um exemplo que foi compartilhado foi o de uma empresa que adotou ciclos de metas com check-ins quinzenais. A ideia não era cobrar mais, mas gerar comprometimento real. A diferença estava na postura: cada colaborador era convidado a assumir o controle do seu progresso, com apoio da liderança. Em poucos meses, os resultados surgiram: menos retrabalho, mais colaboração espontânea e uma sensação clara de pertencimento. A autorresponsabilidade ali se tornou cultura — porque começou com confiança.

Mas por que essa prática não é comum na maioria das culturas corporativas? Como bem pontuou Darlem Bodak, fomos condicionados a terceirizar a culpa e esperar soluções prontas. O ambiente corporativo, muitas vezes, reforça esse conformismo ao premiar a obediência em vez da iniciativa. Por isso, promover a autorresponsabilidade envolve estimular o autoconhecimento, desenvolver a escuta, aceitar erros como parte do caminho e construir acordos claros sobre expectativas e entregas. Ou seja, requer, na maioria dos casos, uma transformação da cultura corporativa.

Líderes que exercem a autorresponsabilidade sabem que a responsabilidade pelos resultados é dele e que ele consegue seus resultados por meio da equipe. Quando um resultado não é atingido, portanto, a responsabilidade é dele. E assumir essa responsabilidade com humildade é que o torna um líder eficaz para entender o que precisa melhorar na equipe para que os resultados continuem acontecendo, potencializando, assim, a todos.

Daniel Rodrigues

Fundador da CCLi Consultoria Linguística, Empreendedor, Mentor e Palestrante

daniel.rodrigues@cclinet.com.br

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