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A Verdade como Alicerce da Liderança Humanizada

Coluna | MentoriaA Verdade como Alicerce da Liderança Humanizada
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Daniel Rodrigues

Ter compromisso genuíno com a verdade acaba sendo um ato de coragem. Muito mais fácil seria mentir ou fingir em situações em que manter-se coerente com a verdade pode trazer algum tipo de prejuízo ou desafio pessoal. Em um encontro recente da Comunidade Reinvente, a especialista Teresa Gayoso trouxe uma reflexão muito interessante: “A confiança é a moeda de troca da liderança e a verdade é o seu alicerce.” Se quisermos construir uma relação de liderança baseada na confiança, é preciso termos um ambiente em que a verdade possa ser dita.

Uma liderança humanizada entende a verdade em dois movimentos complementares: a verdade para si e a verdade para o outro. Teresa nos explicou que o primeiro eixo está ligado ao autoconhecimento, à espiritualidade e ao propósito, que acaba sendo a base da autenticidade e da coerência. Um líder que não conhece a própria verdade opera pela percepção externa, reagindo ao ambiente e às expectativas alheias. Essa desconexão consigo gera insegurança, ruído e perda de credibilidade. Por outro lado, quando há clareza de propósito e alinhamento com os valores pessoais, as decisões se tornam mais conscientes e coerentes. É esse alinhamento que confere autoridade moral e inspira confiança genuína nas relações de trabalho.

No segundo eixo, a verdade para o outro, encontramos o campo da confiança e da segurança psicológica que são elementos essenciais para que uma equipe se sinta livre para criar, se expressar e errar. Pesquisas conduzidas por Amy Edmondson comprovaram que times com alto nível de segurança psicológica são mais inovadores e colaborativos.

Na prática, o exercício da verdade começa por gestos simples. Um líder humanizado não precisa ter todas as respostas, mas precisa ser honesto sobre o que não sabe. Dizer “eu não entendi” é um convite à vulnerabilidade e à colaboração, pois alguém sempre poderá oferecer ajuda para o entendimento. Essa atitude simples transforma a hierarquia em parceria e o medo de errar em oportunidade de aprendizado coletivo.

A cultura inovadora humanizada convida as organizações a enxergarem a verdade não como um risco, mas como um ativo. Empresas que promovem a autenticidade e o diálogo constroem times mais engajados e sustentáveis. Um ambiente onde se pode ser quem se é, sem máscaras, tem mais energia criativa, mais pertencimento e mais comprometimento com resultados. Em um mundo onde a confiança se tornou escassa, a verdade é, paradoxalmente, o que mais aproxima as pessoas e dá sentido às transformações.

Teresa ainda nos trouxe outra reflexão importante: “a verdade que você vive se torna o ambiente que você cria”. Quando líderes escolhem viver sua verdade, inspiram suas equipes a fazer o mesmo. Liderar com autenticidade é um ato espiritual, não no sentido religioso, mas como expressão de coerência entre o que se acredita, o que se sente e o que se faz. É nesse espaço que nasce a verdadeira inovação: aquela que une resultado e significado, tecnologia e humanidade, performance e propósito.

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