A Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que está na sua 14ª edição, faz um convite para o debate sobre o futuro das cidades nas Américas. Ambas as bienais, a de Arquitetura e a de Arte, têm em comum a sua origem histórica, desde 1951, se consolidaram como espaço de reflexão sobre arte, arquitetura, urbanismo e inovação. Com o tema “Extremos: arquitetura para um mundo quente”, traz reflexões sobre os contrastes e as urgências contemporâneas, como os eventos climáticos extremos e o limite para a vida humana. Além dos projetos de profissionais e coletivos de mais de 30 países, há instalações, debates, oficinas e fóruns abertos ao público com foco discussão da emergência climática e os desafios da vida urbana contemporânea, como habitação, mobilidade, inclusão social e integração com a natureza.
Na 36ª Bienal de Arte de SP com o título: “Nem todo viandante anda estradas – da Humanidade como prática”, retirado de uma estrofe do poema “Da Calma e do silêncio”, de Conceição Evaristo. Nesta edição, o catálogo adverte que “não é sobre identidades e suas políticas, não é sobre diversidade nem inclusão, não é sobre migração nem democracia e suas falhas”, porém todos esses temas emergem da exposição. São 120 artistas e coletivos participantes, de cerca de 50 países, em sua grande maioria da diáspora africana, latino-americana e asiática. A exposição se apresenta como capítulos de um livro: Frequências de chegadas e pertencimentos; Gramáticas de insurgências; Sobre ritmos espaciais e narrações; Fluxos de cuidado e cosmologias plurais; Cadências de transformação e A intratável beleza do mundo. O núcleo final se conecta ao início da exposição, no piso térreo, e revela a interconexão geral e a celebração da beleza como ato de resistência no mundo.
Passando pelas duas bienais no Parque Ibirapuera, o recado que se leva é o alerta do papel da arquitetura como agente transformador da realidade com soluções baseadas na natureza, ancestralidade, ciência, tecnologia. Assim como a agenda de transformação social está interconectada com a criação de condições de vida digna e da sobrevivência humana.
