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Redes de Aprendizagem

ArtigoCOLUNA | MENTORIARedes de Aprendizagem
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Daniel Rodrigues

Os temas que tenho compartilhado aqui semanalmente, que dão base para uma cultura inovadora humanizada, deixam claro que inovação não é apenas sobre tecnologia, mas especialmente sobre pessoas, relação de confiança e aprendizado contínuo. Quando pensamos em como uma organização cresce e se adapta, devemos sempre estar atentos para percebermos se estamos realmente aprendendo como equipe ou apenas operando no automático para cumprir os prazos e entregar as tarefas.

Em um bate-papo recente da Comunidade Reinvente, a especialista Patrícia de Sá Freire, professora da UFSC e pesquisadora em Gestão do Conhecimento, nos trouxe um olhar profundo sobre como as organizações podem se tornar verdadeiramente inteligentes ao investir na governança e na gestão de redes de aprendizagem. Ela lembrou que, no Brasil, aprender ainda não é um valor cultural enraizado, e que isso torna o desafio das empresas ainda maior. Esse ponto conecta diretamente com o que temos refletido sobre cultura inovadora humanizada: não basta falar de inovação, é preciso criar ambientes que incentivem o aprender juntos. E a barreira cultural da falta de percepção de valor nos aprendizados diários é um grande ponto de atenção para todos os líderes.

Nosso mapa de navegação da equipe é um dos principais artefatos estruturantes da dimensão do aprendizado na rotina de cada colaborador e o canal “Na Onda do Aprender” é outro artefato de compartilhamento de aprendizados de todos e, ao mesmo tempo, de convites para aprendermos juntos. Quem ainda estiver nos primeiros passos na gestão do aprendizado como elemento estratégico da cultura, a dica é justamente aproximar o estratégico da operação pelo aprendizado. Muitas empresas ainda tratam a estratégia como um documento distante, enquanto a operação segue em outra direção. Isso gera frustração e desconexão. Para uma cultura inovadora humanizada, a integração deve ser construída, a partir da clareza do pilar propósito, no dia-a-dia com todos da equipe.

Outro aspecto essencial é a criação de redes de confiança. Patrícia destacou que feedback sem tempo, sem clareza e sem cuidado não gera aprendizagem, apenas desconfiança. Esse ponto ecoa com experiências reais de empresas que, ao mudar seus rituais de avaliação de desempenho, passaram a valorizar conversas frequentes, transparentes e coletivas, substituindo relatórios estáticos por diálogos construtivos. Esse é um exemplo de como a humanização fortalece tanto a inovação quanto o desempenho.

A cultura inovadora humanizada também convida as organizações a desenvolverem a capacidade de desaprender para reaprender. Isso significa abandonar modelos que não funcionam mais e abrir espaço para novos saberes. Podemos pensar em uma indústria tradicional que decide investir em sustentabilidade: ela precisa questionar práticas antigas, rever processos e se abrir para a coevolução com clientes, fornecedores e comunidades. Esse movimento só acontece quando há redes colaborativas.

Como reforçou a Professora Patrícia, uma organização inteligente é aquela que aprende em múltiplos níveis: individual, em equipe e com líderes, mas também com parceiros e até com a sociedade. Isso é cultura inovadora humanizada em ação: reconhecer que ninguém cresce sozinho e que os resultados coletivos são mais importantes do que conquistas isoladas.

Para concluir, o futuro das organizações passa por ressignificar a aprendizagem como ativo estratégico. Se queremos empresas mais humanas e inovadoras, precisamos cultivar ambientes colaborativos de aprendizagem, fortalecer redes de confiança e integrar estratégia e operação de forma viva. Afinal, uma cultura que aprende junto é a única capaz de sustentar a inovação de maneira duradoura.

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