O mercúrio é um metal líquido e altamente volátil à temperatura ambiente. Ele é considerado o metal mais tóxico dos metais. O mercúrio é utilizado em laboratórios de análises clínicas, na fabricação de instrumentos científicos e médicos, como, termômetros, barômetros, em sensores elétricos, em lâmpadas de vapor, em amálgamas de cobre, zinco, prata e ouro, usados em solda, na produção de compostos químicos (pesticidas, fungicidas, detergentes, cosméticos, látex, conservantes de madeira, solventes, derivados de petróleo, plásticos, agentes polidores). Ele também é usado em pigmentos na indústria de fotografia, no bronzeamento, na produção de tintas, de pilhas e baterias.
A mineração de ouro é uma das condições com maior contaminação ambiental, responsável pela contaminação do ar, solo e água. O mercúrio contamina rios, mares e toda a cadeia alimentar que utiliza a água, e pode intoxicar o homem que se alimenta de peixes, algas e frutos-do-mar.
Atualmente, o consumo de peixes (quanto maior o peixe, mais chance de acúmulo - bioacumulação) contaminados pelo mercúrio é a fonte mais significativa de exposição ao mercúrio pelo ser humano; embora plantas e animais também podem conter mercúrio. A exposição ao mercúrio pode ocorrer pela respiração de ar contaminado, pela ingestão de água e alimentos, pela exposição ao vapor de mercúrio, resíduos e objetos que contém mercúrio.
O mercúrio apresenta efeito corrosivo, inibição de enzimas, precipitação de proteínas, bloqueio do transporte de glicose e potássio pela membrana celular. O mercúrio, ao ser absorvido, liga-se às hemácias e proteínas plasmáticas, de onde é distribuído por todos os tecidos do corpo - rim, fígado, medula óssea, baço, pulmões, mucosa oral, glândulas salivares, intestino, coração, pele, músculos, cérebro e ossos. Os sintomas de intoxicação dependem do tipo (metal, vapor, sal e composto orgânico), dose, método e duração da exposição.
A intoxicação aguda pelo mercúrio pode provocar: febre, vômitos, diarreia, inquietação, tosse, falta de ar, cianose, enfisema, atelectasia, hemoptise e pneumotórax.
A intoxicação crônica, devido à exposição prolongada pode desencadear: gengivite, amolecimento dos dentes, aumento da salivação, sabor metálico na boca, dor abdominal, colite, anorexia, anemia, erupções cutâneas, descoloração da pele, hipertensão, taquicardia, neuropatia periférica, disfunção hepática e renal. No sistema nervoso, os sintomas são: distúrbios de comportamento, depressão, irritabilidade, insônia, sonolência diurna, tremores, dificuldade para falar, alucinações, incoordenação motora, psicose, piora da visão, cefaleia, alteração da memória.
Os exames de sangue, urina e cabelo são utilizados para detectar a presença de mercúrio no corpo. As substâncias usadas como antídotos do mercúrio são o selênio, zinco, as vitaminas C, E e A, aminoácidos sulfurados da pectina, o ácido lipóico e os agentes quelantes como EDTA (etilenodiaminotetracético), (DMSA (dimer-captosuccínico) ou dimercaprol, a D-penicilamina.
Os alimentos que ajudam o corpo a neutralizar e eliminar o mercúrio, são, os ricos em: selênio (castanhas do Pará, fígado, ovos, erros integral, sementes de girassol); zinco (sementes de abóbora, castanhas de caju e lentilha); enxofre (alho, cebola, brócolis, couve, repolho, nabo, rabanete, feijões); que estimulam a glutationa (abacate, espinafre, couve, cúrcuma) e, com efeito, quelante - coentro, chlorella, espirulina, chá-verde.
Eduardo Silva
Neurocirurgião do Centro do Cérebro e Coluna
Professor de Neurocirurgia da Famerp
Autor do livro: Sementes de Autoconsciência
Criador/Facilitador do Simpósio: Cérebro em Alta Performance
@cerebroemaltaperformance
