O alumínio é o metal mais abundante na crosta terrestre. O alumínio pode ser encontrado na água, no ar, em alimentos, nos utensílios de cozinha (panelas, frigideiras), em papéis e embalagens de alimentos e bebidas, nas cápsulas de café, nos antiácidos, nos cremes para a pele, no fermento químico em pó, nos cosméticos, desodorantes antitranspirantes, nos xampus, produtos utilizados em diálise renal, vacinas, pesticidas, aditivos alimentares.
O alumínio é amplamente distribuído pelo corpo, com cerca de 60% armazenado nos ossos, 25% nos pulmões, 10% nos músculos, 3% no fígado e 1% no cérebro. A maior parte do alumínio é eliminada pelos rins (99%) e o restante pela bile.
O alumínio exerce seus efeitos tóxicos no corpo através de uma resposta inflamatória, do estresse oxidativo, da interrupção ou inibição da atividade enzimática, alteração da síntese proteica e da função dos ácidos nucleicos e aumento da permeabilidade da membrana, falha do reparo e degradação da estabilidade do DNA.
Além do sistema nervoso e ósseo, a toxicidade por alumínio afeta os sistemas cardíaco, pulmonar, gastrointestinal, hematológico, imunológico e reprodutivo.
O sistema nervoso central é o principal alvo de toxicidade do alumínio, devido ao estresse oxidativo, neuroinflamação, apoptose, disfunção dos neurotransmissores e desregulação citoesquelética e pode ocasionar doenças neurodegenerativas.
O acúmulo do alumínio afeta o metabolismo do fosfato, a síntese de ATP (energia), a formação óssea por competir com o cálcio, provoca desmineralização e pode levar à osteoporose. Níveis elevados de alumínio estão associados a uma maior incidência de doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, doença coronariana, miocardite tóxica e dislipidemia.
No sistema gastrointestinal, a toxicidade pelo alumínio pode afetar o microbioma e permeabilidade intestinal, as respostas imunológicas e as reações inflamatórias. O alumínio pode causar reações inflamatórias e comprometer o sistema imunológico, tornando o organismo mais suscetível a infecções e doenças autoimunes.
Danos ao tecido pulmonar podem provocar asma, bronquite, pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose pulmonar. Nos rins, os efeitos da toxicidade do alumínio podem desencadear o aumento do ácido úrico, síndrome nefrótica e glomerulonefrite. No sistema reprodutivo, reduz os espermatozoides e leva a infertilidade.
Os sintomas da intoxicação pelo alumínio são: anemia, osteoporose, fibrose pulmonar, fadiga, parestesia, cefaleia, diplopia, estrabismo, conjuntivite, dor na coluna, perda de apetite, impotência, hipertrofia prostática, dismenorreia, cólica e irritação gastrointestinal, ressecamento da pele e mucosas. Pode também comprometer o humor, desencadear tristeza, aflição, inquietude, ansiedade, irritação, incoordenação, tremores, dificuldade de concentração, comprometimento da memória e da capacidade de tomada de decisão e planejamento, demência, convulsões.
O tratamento idealizado é a terapia pela quelação com deferoxamina, agente quelante que se liga ao alumínio para excreção. Este quelante reduz os níveis de alumínio corporal e atenua as lesões nos tecidos.
Os alimentos ricos em antioxidantes, enxofre, silício, zinco, selênio, magnésio, astaxantina, são úteis na desintoxicação: brócolis, couve, couve-flor, rúcula, espinafre, alho, cebola, ovo, feijão, frutas cítricas e vermelhas, abacate, melancia, maçã, pera, uvas (resveratrol), aspargo, cenoura, beterraba, pepino, aveia, cavalinha, coentro, clorela, espirulina, chá-verde, cúrcuma, probióticos.
Eduardo Silva
Neurocirurgião do Centro do Cérebro e Coluna Professor de Neurocirurgia da Famerp
Autor do livro: Sementes de Autoconsciência
Criador/Facilitador do Simpósio: Cérebro em Alta Performance
@cerebroemaltaperformance
