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A vida sempre encontrou um caminho

ArtigoA vida sempre encontrou um caminho

A maldade amarga da intolerância e da indiferença humana tem deixado o mundo pesado demais. Contudo, raramente, ele foi estável. Desde que surgiu no planeta Terra, a vida travou uma guerra eterna e nunca parou de evoluir, impulsionada por constantes mudanças e uma competição intensa. Em alguns momentos, foi reino de fogo, de extrema hostilidade. Em outros, um reino de gelo, sombrio, desolado. Sozinho, um floco de neve é uma maravilha delicada. Nenhum é igual ao outro. Mas, juntos, os flocos de neve mudaram nosso planeta. Tais mudanças criaram muitos desafios para a vida. Uma dinastia se ergue só para ser superada pela próxima. Ao longo de bilhões de anos, o surgimento e declínio dessas dinastias não tem sido apenas obra do acaso.

E pensar que a vida na Terra passou de microscópicas criaturas unicelulares para formas de dimensões tão grandes como sequóias, elefantes e baleias. O plâncton oceânico preparou o ar e micro-organismos simples como fungos e bactérias prepararam o solo para as plantas tomarem conta.

Os dinossauros dominaram o planeta por incríveis 150 milhões de anos. Mas, na história da vida nada dura para sempre. O grande reinado dos maiores répteis que já existiram acabou em um único dia, quando um asteroide do tamanho do Everest colidiu com a Terra a 100.000 Km/h, liberando o poder de 1 bilhão de bombas atômicas. Seu impacto liberou um inferno flamejante que mudou o mundo para sempre. O domínio dos dinossauros foi tão absoluto, que os primeiros mamíferos ficaram confinados às sombras, escondidos nas antigas florestas jurássicas. Esta colisão permitiu que os mamíferos passassem de criaturas humildes a dominantes no mundo. Essa é a influência do acaso na história da vida no nosso planeta. Surgiria uma nova força: um mamífero dotado de consciência e armado com mais inteligência e adaptabilidade do que qualquer outro antes. Mas também o animal mais perigoso que o mundo já viu.

A evolução de cérebros grandes e complexos nos diferenciou de outros primatas. Contudo, nossa história poderia ter sido curta se não tivéssemos feito algo notável: devagar e sempre, a natureza selvagem foi transformada e doméstica pelas mãos humanas. Nos libertamos da natureza e nos elevamos acima dela (ou pelo menos é que pensamos). A sociedade se tornou mais complexa e as civilizações nasceram. Nossa engenhosidade está gravada na superfície da Terra. Somos tão bem-sucedidos que é prejudicial para nós mesmos. Cabe lembrar aqui que orgulho e arrogância excessivos foram a ruína de muitas figuras poderosas ao longo da história.

Embora raras, as extinções em massa mudaram a história de maneira inigualável. Até agora a Terra suportou cinco delas, cada uma eliminando mais de ¾ de toda a vida. O impacto desses eventos apocalípticos não é sentido há 66 milhões de anos. Uma ressalva: as espécies dominantes que entram não são as mesmas que saem. No entanto, ainda resta um fio de esperança: somos a primeira espécie a entender o que está acontecendo e o que é necessário para mudar a rota. Nossa inteligência nos trouxe até aqui e é a única que pode nos salvar. Dominamos cada página do manual e até adicionamos alguns capítulos finais. No entanto, como agimos agora determinará a próxima página do livro da vida. Para mudar precisamos de luz. E a luz chega para todos nós. A necessidade é a mãe da mudança e da reinvenção. Se não sabemos para onde ir, podemos tomar qualquer caminho (Lewis Carroll).

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