Ser adulto não é mais sinônimo de estabilidade. Hoje, ser adulto é sinônimo de escolha.
E talvez seja por isso que tanta gente, aos 35, 45, 65, 75 ou 100, esteja refazendo as malas com outros olhos. A gente não viaja mais apenas para descansar. Viaja para se encontrar. Para se afastar do barulho. Para se aproximar do que faz sentido. E, muitas vezes, para conhecer quem ainda nem sabíamos que faríamos questão de ter por perto.
Existe uma fase da vida em que a solidão deixa de ser um drama e passa a ser uma escolha. Mas isso não significa que não desejamos conexão. Só significa que agora queremos companhia com propósito, não por obrigação. Pequenas turmas de viagem têm esse encanto: são feitas de gente que se encontra sem se conhecer, mas que carrega o mesmo desejo silencioso de pertencer.
E no meio do nada, ou no meio da Toscana, do Alentejo, de uma trilha no Caminho de Santiago, surge uma amizade inesperada. Um café partilhado vira afeto. Um jantar sob as estrelas vira lembrança. E uma viagem pensada apenas como “minha” vira, sem querer, também “nossa”.
Essa é a idade da liberdade.
Aquela em que você finalmente entende que não precisa mais de multidão, mas sim de qualidade no afeto. Em que não há mais pressa de agradar, apenas vontade de viver com verdade. Em que fazer novos amigos aos 50 é mais leve do que era aos 20, porque ninguém mais precisa provar nada.
O estudo Adultopia já dizia: é na vida adulta que encontramos o auge da realização. Não pela estabilidade, mas pela autonomia emocional. E o ato de viajar, quando bem escolhido, é a mais potente celebração dessa fase. Porque exige entrega. Porque convida ao novo. Porque permite que você siga com a própria voz, mas encontre novos ecos no caminho.

