DESMAIOS REPENTINOS
Desmaio é sempre preocupante, principalmente quando não explicados. Sensação de calor, fraqueza, tontura, palpitação e os desmaios podem ser síndrome vasovagal, que responde por 3% a 5% dos atendimentos em emergência, de acordo com análise de Framingham. O problema é mais comum em mulheres jovens, mas todos estão sujeitos a apresentá-los, sempre com um fator desencadeante ou “gatilho”.
“É uma condição na qual ocorre uma anormalidade na regulação da pressão arterial, acontecendo uma queda súbita, podendo também alterar a frequência cardíaca, causando uma diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro, e leva a sintomas como sensação de fraqueza, vistas escuras, quase desmaiar ou desmaios”, explica Daiane Colman Cassaro Pagani, cardiologista e professora da Faceres, em Rio Preto.
O diagnóstico é geralmente baseado na história clínica do paciente e na descrição dos sintomas. Como não existe nenhum teste específico que aponte a síndrome, o médico deve pedir outros exames para descartar outras doenças. Ao apresentar os sintomas, é importante que o paciente procure um médico, que em caso de um episódio pode ser inclusive o da emergência.
Segundo a especialista, os episódios podem ser desencadeados por uma variedade de fatores, como estresse emocional, dor intensa, permanecer em pé por longos períodos, calor excessivo, desidratação - por exemplo, quem não consegue ver sangue sem se sentir mal, passa por um estresse muito intenso ou ficou em pé por muito tempo em um lugar abafado.
“Isso acontece devido a uma resposta exagerada do sistema nervoso autônomo, que controla funções involuntárias do corpo”, afirma Daiane. “Ocorre dilatação dos vasos sanguíneos e consequente redução do fluxo de sangue para o cérebro (daí o nome 'vaso'), tudo isso, mediado pelo nervo vago (daí o nome 'vagal')”, esclarece a cardiologista.
Embora não exista um tratamento específico, mudanças no estilo de vida podem ser importantes, como praticar exercícios físicos regularmente, aumentar a ingestão de líquidos e sal, evitar locais e situações que possam desencadear o mal-estar. Alguns medicamentos que o paciente toma podem ser ajustados e há possibilidade de incluir algum remédio para regular a pressão. O melhor, no entanto, é prevenir.
“Existem exercícios de contração muscular que podem ser feitos no momento que o paciente sente o mal-estar, para tentar evitar que ele desmaie”, orienta Daiane. “É importante que as pessoas aprendam a reconhecer os sinais precoces de um episódio e adotem medidas para evitar ou minimizar a ocorrência, como mudar de posição lentamente, fazer os exercícios de contração muscular, e evitar ficar em pé por longos períodos”.
Evitar ficar em pé por períodos longos;
Beber bastante água (dois litros por dia), pois isso ajuda a aumentar a pressão arterial e a prolongar a capacidade de ficar em pé por mais tempo;
Evitar bebidas desidratantes, como bebidas álcoolicas;
Evitar ambientes quentes e fechados;
Movimentar as pernas e as panturrilhas enquanto estiver em pé;
Se começar a sentir algo estranho, deitar-se com as pernas elevadas; se perceber que vai desmaiar, deitar-se ou aproximar-se do chão para não se machucar na queda.
Fonte: Ministério da Saúde