Poesias
Poesia na CidadePoesias
Uma seleção das melhores inspirações rio-pretenses
Vício
Ela,
Que fere
Na força ferina
Do fato fecundo.
Fertilidade da fome.
Ela,
Que geme
No grito guerreiro do gozo.
Garganta, gargalho.
Ela,
Que rompe
No rastro restrito da rota.
Resto rasgado.
Ela,
Que chora
No último instante da agonia.
E fere.
E geme.
E goza.
E rasga.
E agoniza...
Guimarães Ortega
Jornalista e escritor
A Árvore solitária
Sozinha, acolhendo quem passa,
Passa o vento murmurando a brisa perfumada,
Passa o coelho do mato
Passa o lagarto
Passa a cobra coral
Descansam
Passa o lobo da mata
Passam a cabra e o cabrito
Passa o cachorro do mato
Descansam.
Vem o tatu
Vem a ovelha leiteira com os cordeiros
para brincar debaixo da frondosa sombra,
que nunca fica só.
Cristina Juliati
Jornalista, professora e poeta